Após muitas pessoas relatarem que o Facebook têm coletado por anos o histórico de chamadas telefônicas e de SMS, a rede social informou neste domingo (25) que os próprios usuários liberaram acesso a essas informações, mas que os dados estão “seguramente armazenados” e que a empresa “não vende essas informações a terceiros”.

“Você deve ter visto reportagens recentes de que o Facebook tem registrado o histórico de ligações de pessoas e SMS de texto sem a permissão das pessoas. Mas isso não é o caso”, informou o Facebook.

A tentativa da empresa de amenizar a situação ocorre depois de usuários baixarem os dados que a rede social armazenava sobre eles e se surpreenderem com a extensão das informações coletadas. Eles descobriram que o estoque continha não só histórico mas também metadados de mensagens enviadas e recebidas pelo celular. Essas não são informações do conteúdo da mensagem, mas dados adicionais, como:

 

  • nomes de contatos;
  • números de telefones;
  • duração de cada ligação.
  • dia e horários de ligações;
  • darem conta de que havia.

 

Essas pessoas tomaram essa atitude após o escândalo envolvendo a forma como o Facebook vir à tona. Em sua manifestação, a empresa diz que a coleta dos dados foi autorizada pelos usuários quando entraram em aplicativos como Messenger e Facebook Lite para Android.

O recurso entrou em funcionamento em 2015 no Messenger e depois foi implantado na versão leve do Facebook.

Isso permite, diz o Facebook, uma melhor experiência em suas plataformas, já que essa é uma das formas de mostrar à pessoas sugestões de conhecidos na rede social.

 

“Quando esse recurso é habilitado, enviar seus contatos também nos permite usar informações como quando você fez uma ligação, enviou uma mensagem de texto ou recebeu uma das duas”, afirma a rede social.

 

Para afastar a sombra da polêmica que nasceu com a revelação de que a Cambridge Analytica obteve dados de mais de 50 milhões de usuários, o Facebook afirma ainda que não vende os históricos de SMS e ligações coletados.

“Sua informação está seguramente armazenada e nós não vendemos essas informações a terceiros. Você está sempre no controle da informação que compartilha com o Facebook.”

 

 
 
 
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O escândalo do Facebook

 

Em 17 de março, os jornais “New York Times” e “Guardian” revelaram que os dados de mais de 50 milhões de usuários do Facebook foram usados sem o consentimento deles pela Cambridge Analytica. A empresa de análise de dados acessou esse grande volume de dados após um teste psicológico que circula na rede social coletar as informações. Os dados recolhidos não eram apenas os de usuários que fizeram o teste, mas também os de seus amigos.

O escândalo cria dúvidas quanto à transparência e à proteção de dados dos usuários do Facebook. A rede social comunicou que investigaria o caso. O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, reconheceu que a emprese cometeu erros.

A empresa Cambridge Analytica trabalhou ainda com a equipe responsável pela campanha de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, nas eleições de 2016. Também foi contratada pelo grupo que promovia a saída do Reino Unido da União Europeia.

Nesta sexta-feira (23), uma revista na sede da Cambridge Analytica durou cerca de sete horas. A batida foi do órgão regulador encarregado da proteção de dados privados na Grã-Bretanha. Nos Estados Unidos, usuários estão processando o Facebook e a Cambridge Analytica.

O escândalo que envolve o Facebook foi prejudicial para os ativos da empresa na Bolsa de Valores. Os papéis da empresa chegaram a cair 9,15%. A empresa perdeu mais de US$ 50 bilhões em valor de mercado em apenas dois dias.