Cidades onde há polos do Projeto Guri, cuja ideia do trabalho nasceu na vizinha Ouro Verde, informação desconhecida para muita gente tanto da região quanto em todo o Estado, poderão não oferecer mais a atividade.

A notícia bombástica para todas as equipes – cerca de 150 distribuídas em vários municípios paulista – foi recebida nesta manhã de sexta-feira, por funcionários do polo de Dracena. A coordenadora Luciene de Souza informou a pouco à reportagem do JR e Portal Regional que participou de reunião em Presidente Prudente, no Centro Cultural Matarazzo, que abordou o assunto.

Segundo ela, estiveram presentes representantes de 18 cidades da região de Presidente Prudente, onde há polos. “A coordenadora regional do projeto Fabiane Sanches foi quem apresentou o assunto a nós”, disse Luciene. Segundo ela, os funcionários foram avisados que já estarão cumprindo o aviso prévio a partir da próxima semana.

O polo dracenense do Guri conta conforme Luciene com sete professores, uma auxiliar e ela como coordenadora. Ela disse também que as aulas ocorrerão na semana que vem normalmente, porém os grupos teriam até o dia 21 de abril para tentar reverter a situação. “Foi cogitada a ideia de que em cidades onde empresas se propusessem a custear os custos do projeto a atividade poderia continuar. Fomos pegos de surpresa, levamos um grande susto. Para todos nós foi um baque”, desabafou a coordenadora.

Belas apresentações em várias datas são uma das características do Projeto Guri dracenense (Arquivo/Portal Regional)

BASTIDORES

A jornalista Mônica Bérgamo publicou na coluna que assina na Folha de S. Paulo da quinta-feira que passou informação sobre o assunto. Segundo constou “A Associação Brasileira das Organizações Sociais de Cultura estima que museus, bibliotecas e centros culturais de São Paulo podem ser fechados ou ter suas atividades reduzidas por conta do congestionamento de R$ 148 milhões anunciado pelo Governo Estadual. Estudos apontam o encerramento de mais de 150 polos do Projeto Guri, mais de 60 mil alunos de instituições culturais poderiam ficar desassistidas”, informou a jornalista Bérgamo.

 

Sobre o Projeto Guri

Mantido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, o Projeto Guri é considerado o maior programa sociocultural brasileiro e oferece, nos períodos de contraturno escolar, cursos de iniciação musical, luteria, canto coral, tecnologia em música, instrumentos de cordas dedilhadas, cordas friccionadas, sopros, teclados e percussão, para crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos.

Mais de 50 mil alunos são atendidos por ano, em quase 400 polos de ensino, distribuídos por todo o Estado de São Paulo. Os quase 340 polos localizados no interior e litoral, incluindo os polos da Fundação CASA, são administrados pela Amigos do Guri, enquanto o controle dos polos da capital paulista e Grande São Paulo fica por conta de outra organização social.

A gestão compartilhada do Projeto Guri atende a uma resolução da Secretaria que regulamenta parcerias entre o governo e pessoas jurídicas de direito privado para ações na área cultural. Desde seu início, em 1995, o Projeto já atendeu cerca de 770 mil jovens na Grande São Paulo, interior e litoral.

Sobre a Amigos do Guri

Eleita a Melhor ONG de Cultura de 2018, a Amigos do Guri administra o Projeto Guri. Desde 2004, é responsável pela gestão do programa no litoral e no interior do estado de São Paulo, incluindo os polos da Fundação CASA. Além do Governo de São Paulo, a Amigos do Guri conta com o apoio de prefeituras, organizações sociais, empresas e pessoas físicas. Instituições interessadas em investir na Amigos do Guri, contribuindo para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, têm incentivo fiscal da Lei Rouanet e do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FUMCAD).