Por quase 70 anos, o mico-leão-preto foi considerado extinto, até ter sido avistado novamente, na década de 1970. Desde então, são muitos os esforços para preservar a espécie, ainda ameaçada de extinção. A mais importante, e desafiadora delas, é a formação de um corredor ecológico trinacional que sirva de “morada” para o primata, e que conta com o apoio da CART – Concessionária Auto Raposo Tavares, uma empresa do grupo Invepar.

Em 2014, por meio do Decreto Estadual nº 60.519, o mico-leão-preto foi instituído Patrimônio Ambiental do Estado de São Paulo e animal símbolo da conservação da fauna no Estado. Hoje, estima-se que a população de micos-leões-pretos seja de 1,5 mil indivíduos. Parte expressiva ocorre no Oeste de São Paulo, especificamente na região do Pontal do Paranapanema, onde o adensamento florestal é considerado vital para a preservação de mamíferos ameaçados de extinção.

Décadas atrás, a região foi devastada pela extração indiscriminada de madeiras nobres como peroba, cabreúva, ipê, jatobá e angico. Entre os agentes que contribuem com a recuperação deste local, que hoje serve de refúgio para primatas, onças-pintadas, antas e queixadas, além de outras espécies de aves raras como gavião-real, chipantes, papinhos-amarelos, arapongas, macucos e cigarras-do-campo, está a CART.

Estação

Criada em 2002 por meio de Decreto Federal, a Estação Ecológica Mico-Leão-Preto contribui com a formação do Corredor que abrange Brasil, Paraguai e Argentina. Em território nacional, essa rota verde parte da bacia do rio Aguapeí, em Marabá Paulista, e se estende até a bacia do rio Turvo, no estado do Rio Grande do Sul.

Nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) do Assentamento Santa Maria II, sob a gestão da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP), em Marabá Paulista, a CART executa o plantio em uma área de 224 hectares de floresta.

Entre os anos de 2018 e 2019, mais de 80% da área mapeada no projeto recebeu mudas de espécies nativas como ipês, ingás e aroeiras, e outras que constam em lista de ameaça como cedros, jequitibás, perobas e copaíbas.

Ainda no primeiro semestre de 2020, está prevista a conclusão do plantio, que totalizará mais de 300 mil mudas. “A implementação deste fragmento florestal contribui com a proposta do plano de manejo e a formação de corredores entre os fragmentos florestais. Com esta iniciativa, a Concessionária viabilizará a recuperação de 6% das áreas prioritárias de conectividade desta Unidade de Conservação, que em sua totalidade, possui 3.783,13 hectares”, pontua a engenheira florestal da CART, Thaís Pagotto.

Saiba mais

O mico-leão é gerado em 125 dias. Atinge a maturidade a partir dos 18 meses. Chega a pesar 600 gramas. Pode chegar até os 12 anos vida. Alimenta-se de frutos maduros e pequenos animais. Entre os grupos são comuns múltiplas fêmeas, mas somente uma reproduz.

Estudos sobre a espécie, que tem seu registro há mais de 200 anos, envolvem órgãos internacionais e parceiros nacionais. A partir de 2003, os olhares de ambientalistas foram reforçados para a preservação do mico-leão-preto, principalmente no estado de São Paulo. Foi pela identificação de novas populações que houve a ampliação de iniciativas para a conservação de corredores ecológicos, com foco em dar continuidade às ações de reversão da condição de espécie ameaçada de extinção.

O Plano de Manejo de Metapopulação prevê que todas as populações do primata sejam remanejadas para a estação ecológica, onde serão monitoradas com foco no aumento das chances de sobrevivência da espécie.