Em meio à crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus e o isolamento social para evitar a proliferação da doença, um ramo vital da economia viu suas vendas aumentarem. A procura pelo comércio de gás de cozinha aumentou. Mas, os problemas que a pandemia trouxe já impactam este mercado. Vitor Reinalde, proprietário de uma revenda de gás em Dracena explica os motivos desse aumento. “Muitas pessoas optaram por estocar gás de cozinha. Outra coisa importante que é possível notar, com as pessoas em casa, o consumo aumentou demais. Aqui na minha loja notei maior deman
da de 30% neste mês”, disse Reinalde. Porém, o que era para ser lucrativo pode ter se transformado em um problema sério: a falta de abastecimento. “Diminuiu a envasa de gás por parte das grandes distribuidoras. Ou seja, no momento em que o consumo aumentou, a oferta no mercado caiu muito. Então faltou gás no mercado”, afirma ele, que está há dez anos no ramo. Apesar do aumento de suas vendas, Reinalde não está com otimismo para os próximos meses. “Acredito que as vendas irão cair bastante. Muito pela estocagem da população e pela falta de reabastecimento”, conclui. Juliano Manfré, proprietário de outra revenda de gás explica o motivo da falta do produto. “A produção
de combustível originado do petróleo caiu. O gás que é consumido nas cozinhas das pessoas é resultado da produção do combustível. Pode notar que os preços nos postos de gasolina baixaram. Isso aconteceu por causa do isolamento social que fez as pessoas ficar em casa e não usarem tanto os veículos”, afirma. Manfre também embasa a tese de Reinalde. “Aumentou muito o consumo e caiu a produção. O gás de cozinha está escasso. Em Dracena, já existem depósitos com falta”, diz Manfré. Em uma rede social, ele postou foto esperando em Bauru, o reabastecimento do gás que revende na cidade. “Está demorando dois, três dias para reabastecer. As filas de caminhões só aumentam”, finaliza.

Juliano Manfré aguardando o reabastecimento em meio às filas de caminhões em Bauru (Fotos/Cedida)