A Santa Casa de Dracena acende mais uma vez o sinal vermelho e alerta a toda população quanto a mais um problema que vem enfrentando – a falta de medicamentos. A Santa Casa é responsável pelo atendimento além dos moradores de Dracena também de outras 12 cidades vizinhas.
No dia 28 de maio, a Anvisa publicou no Diário Oficial da União (D.O.U.) a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 389/2020, que dispõe sobre os requisitos temporários para caracterização e verificação do risco de redução da oferta de medicamentos durante a pandemia causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
A diretoria da Santa Casa local informou ao Jornal Regional sobre a situação atual, o que é muito preocupante, e já está tomando providências para que o pior não aconteça.
Segundo a diretoria que envolve a parte administrativa, técnica e clínica, o estoque mantido pelo hospital – estratégico – para suprimento de 10 dias, não está havendo reposição por falta de oferta no mercado, emitindo-se, o alerta que mantida a indisponibilidade principalmente dos medicamentos específicos, será necessário interromper as internações, primordialmente para os casos de maior gravidade, enfrentados na UTI, hemodiálise, CIVID-19, entre outros.
Por precaução avisou que foram emitidos ofícios para algumas autoridades do município e já estão protocolados, entre elas, o prefeito; Secretária de Saúde; presidente do Conselho Municipal de Saúde; aos promotores de justiça da Comarca, Antonio Simini Júnior; Rufino Eduardo Galindo Campos; Ruy Fernando Anelli Bodini; ainda ao diretor regional de saúde de Presidente Prudente, Jorge Chihara e presidente da Câmara de Vereadores de Dracena, Milton Polon.
A diretoria pontuou ao JR que a situação é de alerta, com cenário perspectivo caótico e que em breve poderá faltar os componentes para tratamentos mais severos, que exige uma intervenção urgente. “A princípio, na estratégia de atender as situações de maior gravidade, a Santa Casa se pôs em contingenciamento, regulando o atendimento preferencial aos casos de risco, postergando as situações eletivas com possibilidade de adiamento, com a finalidade de racionalizar e racionar os componentes com estoques comprometidos”.
Estão em falta os seguintes componentes: Atracúrio, Besilato 10 mg/ml (ampola 2,5ml e 5ml), Cetamina, Cloridrato 50mg/ml (frasco 10ml), Cisatracúrio, Besilato 2mg/ml (ampola 5ml), Dexmedetomidina, Cloridato 100mcg/ml (frasco 2ml), Etomidato 2mg/ml (ampola 10ml), Fentanila, Citrato 0,05mg/ml (ampola 10ml), Remifentanil, Cloridato 2mg (frasco), Midazolam 5mg/ml (ampola 10ml), Propofol 10mg/ml (ampola 20ml), Rocurônio, Brometo 10mg/ml (frasco 5ml), Suxametônio, Cloreto 100mg (frasco), Pancurônio, Brometo 4mg/ml (ampola 2ml).
A pandemia causada pelo novo coronavírus-Sars-CoV-2 / COVID-19, com a preocupação em manter o afastamento social das pessoas e restrições de logística e transporte (de pessoas e de bens), afetaram a capacidade de produção de medicamentos, insumos e equipamentos, verificado o aumento de consumo. A diretoria da Santa Casa afirmou que que não se encontram disponíveis para aquisição no mercado, estando próximo ao desabastecimento, sendo que os fornecedores (fabricantes e distribuidores) não respondem aos pedidos, senão a longo prazo, além do período restritivo previsto.
“Apenas como argumento, a Anvisa publicou, no Diário Oficial da União (D.O.U.) de 28/05, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 389/2020, que dispõe sobre os requisitos temporários para caracterização e verificação do risco de redução da oferta de medicamentos durante a pandemia causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2)”.
Ainda segundo a diretoria do hospital, a presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, Cláudia Navarro registrou preocupação com relatos de que determinadas medicações essenciais para a intubação do paciente, estão com os estoques muito baixos e o fornecimento está prejudicado devido à falta dos componentes para se fazer as medicações.
Já a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp) afirmou que Santas Casas e hospitais filantrópicos do estado de São Paulo enfrentam grave situação para manter os atendimentos, com a escassez de medicamentos sedativos e anestésicos. Conforme a Fehosp, há hospitais com estoque para apenas três dias e outros que estão suspendendo procedimentos eletivos e oficializando o Ministério Público sobre a situação.
A Fehosp ressaltou que a questão torna-se ainda mais delicada no atual momento da pandemia, uma vez que os medicamentos para sedação são utilizados no processo de intubação em pacientes com complicações decorrentes da Covid-19.
Ainda de acordo com a Federação: “Os laboratórios responsáveis pela fabricação dos itens alegam falta de matéria-prima para a produção. Entre as razões para a dificuldade, justificadas pelas indústrias, estão a alta dos preços dos princípios ativos, geralmente importados, que subiu com a elevação do dólar e a crescente demanda mundial por esses tipos de medicamentos, em função da pandemia”.
O presidente da Federação, Edson Rogatti prosseguiu alertando: “O desabastecimento de sedativos e anestésicos é grave e urgente. Com os casos de Covid-19 aumentando, se a situação não for normalizada em até uma semana, os hospitais ficarão sem suprimentos e será o caos. Todas as medidas aplicáveis à Fehosp estão sento tomadas e pedimos às autoridades e entidades a urgência de providências para que os atendimentos aos pacientes – que não podem esperar -, continuem sendo feitos”.