Você pode não ter percebido, mas o prato mais tradicional de todo brasileiro sofreu um reajuste no último mês. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as famílias brasileiras voltaram a gastar mais com alimentos no mês de junho. O arroz subiu (2,74%) e o feijão carioca (4,96%).

Produtos tão cotidianos na refeição das pessoas sofrem muito com a variação cambial e a desvalorização do real em comparação ao dólar. Quem faz essa afirmação é Edilson de Camargo, gerente de uma rede de supermercados da região. “Com o aumento do valor do dólar em relação ao real, o preço do arroz produzido no país ficou muito barato em relação ao mercado internacional”, disse Camargo.

Para ele, outro fator determinante foi o aumento das exportações do arroz. “O interesse de vários países em comprar o estoque do arroz do Brasil, por este fator aumentou e muito as exportações. Provocando assim uma alta do preço no mercado interno”, explica Camargo.

Ainda de acordo com Camargo, o consumidor final, ou seja, a população, ainda não recebeu o aumento do preço do arroz. “Com relação ao aumento de preço,  ainda não aconteceu na sua totalidade para o consumidor final, ainda devem ocorrer mais alguns ajustes até o final do ano devido ao estoque regulador do país estar muito abaixo da necessidade de consumo interno”, ressalta Camargo.

Já sobre o feijão carioca, outro alimento que sofreu reajuste em junho, a pandemia do novo coronavírus influenciou diretamente nesta situação. “Devido baixo estoque e pouca oferta de feijão do Brasil no inicio da pandemia, houve-se uma alta de preço do produto para o consumidor final, pois a única região que tinha produção era o sul do país”, conta Camargo.

Porém, de acordo com ele, a tendência para os próximos meses é de baixar os preços do feijão carioca devido à produção. “Em junho iniciou-se a safra/produção nos estados de São Paulo, Goiás, Paraná, Mato Grosso, o preço do produto voltou a baixar ficando com preços mais acessíveis ao consumidor. O mercado do feijão é muito volátil, neste momento de produção chegando ao mercado, o consumidor terá preços a níveis bem baixos até o final do ano.”, conclui Camargo.