Laboratórios em Dracena estão tendo procura maior por pessoas interessadas em fazer exames de COVID 19. Lia Junqueira Marçal, farmacêutica-bioquímica, doutora em Patologia Clínica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e responsável técnica pelo Laboratório Trianon na cidade informa que há uma grande procura e questionamentos em relação aos exames disponíveis.

Segundo ela, nota-se que há principalmente uma grande procura por informação em relação ao diagnóstico.

Atualmente, no Brasil, há a possibilidade da realização de seis exames, explica a doutora Lia, entretanto, apenas o teste rápido é realizado na unidade. Ela diz que para os demais, a coleta pode ser realizada normalmente no Laboratório Trianon e depois é encaminhada para laboratório de apoio de confiança.

Até o final do mês de junho, o tempo prazo de liberação para o PCR-RT era de até 4 dias úteis, entretanto, com a grande demanda no Brasil inteiro, a partir de julho, o prazo mudou para até 6 dias úteis. “Espera-se que os laboratórios de apoio se adequem logo a esta nova grande demanda, e estes prazos voltem a ser menores”.

Doutora Lia prossegue: “No caso do teste rápido, o resultado está pronto em aproximadamente após 1 hora da coleta. As sorologias quantitativas variam de 2 a 3 dias úteis”.

Os valores dos exames variam entre R$ 150 a R$ 300 e com a maior taxa de desemprego, e a crise no país, a maioria das pessoas têm maior dificuldade para desprender esta quantia com exames.

Doutora Lia relata que tem notado que obviamente a população está realmente muito preocupada e ansiosa, e com pouca informação em relação ao diagnóstico. “Todos nossos funcionários estão instruídos para dar as informações adequadas em relação a todos os exames disponíveis e a época correta para ser feito dependendo dos dias de sintomas. Temos percebido que infelizmente a ansiedade da população na rapidez no diagnóstico, pode atrapalhar no diagnóstico correto (por exemplo: coletas em dias inadequados de sintomas podem acarretar em falso-negativos e também há a probabilidade de falso-positivos em casos de outras doenças virais como dengue, mononucleose, alguns vírus da gripe, entre outras)”, citou.

A farmacêutica-bioquímica diz ainda que o diagnóstico de COVID é feito pelo médico, pois só ele tem a capacidade de interpretar juntamente com os exames, os sintomas clínicos e epidemiológicos do paciente. Portanto, se há sintomas suspeitos de COVID, doutora Lia orienta a procurar uma unidade de saúde ou o médico de sua confiança.

A reportagem a questionou quanto qual seria o exame mais recomendado e ela explica que na parte laboratorial, usa-se o termo padrão-ouro, que significa o melhor teste disponível para o diagnóstico de uma doença ou dosagem de algum analito. “No caso do COVID, o padrão-ouro é o PCR-RT. Entretanto, ele só é válido se a coleta for realizada entre o 2º a 10º dia de sintoma (idealmente 2º -7º dia). Caso o paciente tenha mais de 14 dias de sintomas, qualquer uma das sorologias quantitativas pode ser empregada com um bom grau de confiança”, informou a farmacêutico-bioquímica.

A doutora pontuou que os exames disponíveis atualmente são:

  • PCR em tempo real para detectar o RNA do SARS-CoV-2
  • Testes sorológicos (que procuram os anticorpos do Sars-Cov-2)
  1. Teste rápido (pesquisa qualitativa de anticorpos IgM e IgG);
  2. Pesquisa quantitativa de anticorpos IgM e IgG;
  3. Pesquisa quantitativa de anticorpos IgA e IgG;
  4. Pesquisa quantitativa de anticorpos totais (IgA, IgM, igG juntos);

Pesquisa quantitativa de anticorpos IgG.