Seguindo a série de entrevistas com os candidatos a prefeitura de Dracena, o Jornal Regional e o Portal regional recebeu em sua redação os candidatos da coligação “Todos Por Dracena”, dos partidos Patriotas, DEM, Republicanos e PROS, o candidato a prefeito André Lemos e o candidato a vice-prefeito Guido Baggio.

Principal Proposta

“Precisamos trazer a gestão da prefeitura para o século XXI. Ainda estamos na época da máquina de escrever. É preciso ouvir os cidadãos, sermos mais sérios. Iremos montar a prefeitura itinerante, uma ideia de levar esse bate papo que temos em época de eleições durante os quatro anos de mandato. Temos que conversar com a cidade, ter um contato humanizado. O povo sabe o que quer e o que precisa e nós precisamos oferecer um atendimento rápido, eficaz e cortês. Vamos montar um aplicativo para celular da prefeitura. O que vai facilitar o atendimento direto com a população. Não da mais para uma pessoa entrar numa fila às 5h para tentar atendimento médico, ou então se candidatar a uma vaga em creche tendo que disputar essa vaga em três creches sem saber qual está disponível. Tudo estará dentro desse aplicativo. Vamos usar a vantagem da modernidade para o cidadão”, disse o candidato.

Secretarias

“Nossos secretários serão escolhidos por méritos e questões técnicas. Daremos prazos e objetivos para eles. Minha equipe já entrará sabendo que o prazo para conseguir entregar os resultados das metas traçadas é de seis meses. Então eu garanto que a equipe que começa meu mandato não será a mesma que vai acabar. Cobraremos resultados de todas as áreas. Se não entregar, será substituído”, disse Lemos.

Servidores públicos

“Irei valorizar os servidores da prefeitura, comprar a causa deles. Oferecer recompensas financeiras, montar planos de carreira. Quando colocar como prioridade, a gente sabe que pode bater no teto de responsabilidade fiscal. Mas sabemos que muitos recursos não são bem aplicados. Temos que buscar recuperar receita, impostos dever ser pagos em dia, combater a sonegação e trabalhar na legalidade. Modernizando a gestão, muitos que irão se aposentar não vão precisar de reposição, assim gerar mais receita e valorizar quem está trabalhando. O instinto FAPEM compromete o orçamento do município ainda. Não vou fazer promessa, pois só poderei dar andamento como prefeito. Mas existe uma formula de separar isso da folha de pagamento para desobstruir o teto da lei de responsabilidade fiscal e valorizar aqueles que rendem mais”, disse André Lemos.

Saúde

“Se formos ouvir o atual prefeito ele vai dizer que a saúde é maravilhosa. Dracena tem um índice muito baixo de atendimentos em UBS. Comparado a Junqueirópolis, que tem 100% de atuação, a gente passa vergonha. A saúde preventiva é o que funciona. Investir mais nesse meio. Tivemos um prefeito que saiu construindo posto de saúde, achando que iria entrar para história. Mas o que vimos foram obras não concluídas, ele se esqueceu de fazer a conta de quanto custa um posto de saúde aberto. Temos que maximizar aquilo já tem e tentar melhorar através do aplicativo e melhorar a estrutura que já tem tudo dentro do orçamento. A gente ouviu muita gente e a saúde é área onde tem mais reclamações. A pessoa sente necessidade de urgência ou desamparo. As pessoas sentem que a consulta não foi boa ou com humanização necessária. Está gastando, investindo, mas não tem satisfação do cidadão. Tem que humanizar o atendimento. Temos profissionais engajados ali, mas elas ainda se sentem um pouco desamparadas. Como prefeito, quero manter o canal aberto para saber o retorno do cidadão. No aplicativo o cidadão pode avaliar o atendimento, para saber se está sendo bem feito ou não. A partir disso sabermos o que pode ser melhorado no atendimento, coisas pontuais”, disse André Lemos.

Sobre a dengue, Lemos acredita que a prevenção saída. “A dengue pode ser evitada com planejamento e com saúde preventiva. É muito comum nessa época os candidatos aparecerem com solução pronta, isso está ultrapassado. Contra a dengue é investir em campanhas para a população começar a comprar a ideia de prevenção. Eu já tive dengue e fiquei muito ruim e eu sei que a dengue é um problema que deve ser enfrentado. Até onde a gente sabe as nebulizações não estão sendo feitas, a prefeitura abandonou”, comentou Lemos.

Emprego e renda

“De tudo o que nós ouvimos no nosso canal de comunicação com a população, esse é o tema onde tem a maior preocupação das pessoas. O povo quer trabalhar, a gente percebe muitos jovens com 24 anos em buscar do primeiro emprego. Algo tem que ser feito. O que tem sido feito? Tiraram a Secretaria de Indústria e Comércio, pouco se faz ou pouco acredita nesse setor. O Distrito Comercial está parado faz 15 anos, vários já passaram e não resolveram o problema. Por que não tentou outra solução? São mais de 70 lotes no Joaquim Martins, mais de 70 empresas que seriam assistidas ali. Quantos empregos teriam se isso fosse solucionado. Acho que existe certo descaso com esse tema em Dracena. A prefeitura tem que trabalhar junto com a ACE. Maringá tem parceria com a prefeitura e fazem junto um planejamento em longo prazo. Eles têm um planejamento até 2047 para o comercio da cidade”, disse Lemos sobre a geração de novos empregos no comércio.

“Quando fui candidato a primeira vez em 2004 eu falava da identidade econômica da cidade. Dracena perdeu a identidade. Até os anos 70 Dracena era vinculada ao café, tivemos aqui a maior torrefação de café do mundo. Três anos depois o café passou a ser importado com uma qualidade maior e com um preço menos, isso matou Dracena e região. Isso manteve a economia local até hoje. Economia de sobrevivência na cidade, não tem geração de riqueza nem agricultura forte. Precisamos buscar novas locomotivas econômicas, iniciadas pela agricultura. O dinheiro gerado pela agricultura, mesmo que apenas para consumo, ele tem que fica na economia local e isso foi esquecido. A gente tem que pensar grande, temos a felicidade de termos no nosso grupo a Ana Lucia Costa, que foi vereadora, irmã do Jacir Costa, uma sumidade do agronegócio e com contatos importantes no estado e no Ministério da Agricultura. Já estamos estudando novas formas de produção, até mesmo de um novo tipo de café, pastagem, criação de gado, batata doce. Produtos que tem mercado e o clima da região favorece a produção. A prefeitura pode conversar com pecuaristas e estimular a plantação destes produtos. Podemos intervir no apoio político, oferecendo suporte técnico, veterinário. É preciso pegar toda infraestrutura necessária para o produtor não ficar desamparado”, disse ele.

Esporte e projetos sociais

“Tema sensível, o esporte profissional trás visibilidade, mas o esporte tem que ser valorizado. Tenho um projeto na AABB há dez anos que trata de crianças em vulnerabilidade social. Faz diferença na vida deles, com praticas esportivas, alimentação. Outros projetos podem ser criados para unir as duas coisas. O esporte profissional precisa ter um link com as crianças da cidade, para serem ídolos do local. Crianças com objetivos esquece o negativo do entorno dela, muitas vezes o esporte é objetivo de vida”, disse Lemos.

Como espera encontrar a prefeitura?

“Acredito que estará em dificuldade, com queda de receita pela covid. Está endividada, tem um empréstimo de R$ 10 milhões para pagar. Vamos ter que colocar uma equipe de planejamento para diminuir despesas e maximizar o resultado com o que já tem, para depois pensar em novos investimentos”, disse o candidato.

Mensagem aos eleitores

Apesar de um cenário não tão bom para o ano que vem, somos uma dupla que não fará politica, faremos administração. Prioridade é falar a verdade sempre. Muitos se sentiram enganadas, muitas promessas e nada de realidade. O plano de governo do atual governo na última campanha não foi cumprido nem um terço. Quero deixar a mensagem de esperança e a população vai participar junto da gente. Junqueirópolis sofreu há 30 anos com falta de gestão e hoje estão na nossa frente neste quesito. Lá estão preocupados em administrar o município e aqui o pessoal quer fazer política, projeto de poder, que não podemos permitir mais”, concluiu André Lemos.