Pesquisa do Ibope Inteligência, a pedido da farmacêutica Pfizer, que revela que 62% das mulheres não foram realizar exames de detecção de câncer de mama este ano devido à pandemia. As mulheres com mais de 60 anos foram as mais afetadas de acordo com o estudo, 73% disseram não ir ao médico ginecologista ou mastologista por medo da Covid-19.

Entre as mulheres de 30 a 39 anos, 59% disseram estar aguardando a pandemia passar para ir ao médico, a menor taxa entre as entrevistadas.

Dados da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Amama (FEMAMA) revelam que a principal reclamação das pacientes atendidas desde o início da pandemia foi o cancelamento de consultas.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil tem mais de 66 mil novos casos de câncer de mama todos os anos, com taxa estimada em 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.

Em Dracena, a Secretaria Municipal de Saúde, através de informações colhidas junto à Diretoria de Comunicação da municipalidade, não mostrou essa tendência – de queda no número de mulheres que deixaram de procurar o serviço, pelo motivo da pandemia do COVID 19. Segundo a Saúde, o que ocorre atualmente é que não há mais fila de exames de mulheres aguardando para realizar o exame de detecção do câncer de mama, devido a mudanças implantadas no setor.

Conforme o município, com a adoção do novo sistema de realização de exames em substituição a Empresa Municipal de Saúde (EMS), que foi extinta e hoje está o Centro Municipal de Atendimento ao Covid (CEMAC) foi alcançado um gigantesco aumento de até 307% nos exames realizados por ano. “Esse ‘boom’ se deu em 2018 e 2019, foi após a decisão do prefeito em encerrar as atividades da EMS, adotando um novo sistema de exames. Havia mais de dois mil exames na fila, entre eles, de mamografia, portanto, com a melhora do serviço, toda a fila foi zerada, por isso, os altos números em 2018 e 2019, após zerar a fila, os números regrediram para a normalidade da demanda”, pontuou a Diretoria de Comunicação.

No ano de 2015 foram realizados 929 exames; em 2016: 933 exames; 2017: 852 exames; 2018: 1.916 exames; 2019: 2.618 exames e neste 2020, 928 exames (até a terça-feira passada).

A Saúde explicou que os números são considerados muito bons, visto que vinham muito baixos nos anos anteriores ao fechamento da Empresa Municipal de Saúde e com o encerramento da Empresa, o município conseguiu oferecer um melhor serviço na realização dos exames, acabando com a enorme demanda.

Mulheres que pretendem agendar exames pelo serviço público devem procurar pelas unidades de saúde que há na cidade.

Cirurgias no Brasil

Em números gerais, as cirurgias de câncer no Brasil reduziram em 70% os procedimentos entre março e maio, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) – redução de 116 mil cirurgias.
Os dados se estendem a outras áreas da medicina atendidas pelo SUS.

As doenças cardíacas tiveram 70% das cirurgias canceladas em abril, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia Intervencionista (SBCI). Em relação a doenças renais, que provocam 35 mil mortes por ano, as cirurgias caíram 70% e os exames tiveram redução entre 50% e 80%, dependendo da região do país, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).

Para Maira Caleffi, mastologista e presidente voluntária da FEMAMA, os efeitos da pandemia no cancelamento de procedimentos no SUS serão sentidos a médio e longo prazo. “Os efeitos serão devastadores. Já tínhamos problemas de agilidade no acesso a diagnósticos e biópsias de lesões suspeitas antes da pandemia.