Os tradicionais acompanhamentos das ceias de Natal e ano novo estarão mais caro neste final de ano. Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), produtos como alface, tomate, batata, cebola e cenoura sofreram reajustes.

No caso da batata, os aumentos chegaram a 23,94%, em Fortaleza/CE, e 62,25%, em Brasília/DF. O comportamento deve-se especialmente à baixa disponibilidade de batata no mercado. Os preços só estiveram mais baixos no mês de setembro, pela grande oferta do produto neste período. Isso porque a redução de áreas a serem colhidas, devido ao clima quente naquele mês, encurtou o ciclo de produção e o tubérculo acabou encarecendo.

Em São Paulo, o volume de batatas enviado ao mercado em outubro e novembro caiu em torno de 45% e 55%, respectivamente. A redução da safra de inverno não foi compensada pelo início da safra das águas, mesmo com o aumento expressivo da oferta do Paraná, um dos principais estados fornecedores neste período e que intensificará a oferta a partir de janeiro.

Em Dracena

Ademilson Packer, proprietário de um sacolão na cidade conta que praticamente todos os produtos sofreram reajustes. “Foi considerável o reajuste dos produtos. Todos subiram o preço. Em especial batatas, laranja e banana, que são produtos onde não temos produção regional, o que encarece o valor do fornecedor”, disse Packer.

De acordo com Packer, as hortaliças em geral, produzidas regionalmente, também sofreram reajustes. “As folhas em geral subiram de preço cerca de 30%. O período de poucas chuvas e muito calor atrapalhou a produção, o que também faz o preço subir”, disse o proprietário.

Segundo ele, esses reajustes afetam o preço para o consumidor final. “É impossível não absorver para o cliente. Mas apesar disso, as pessoas não deixam de consumir. Ainda mais se levarmos em conta o aumento do preço das carnes”, explicou.

Para ele, 2020 foi um ano bom, mas a expectativa para o próximo ano não são as melhores. “Acho que pela crise causada pela pandemia de covid o poder aquisitivo da população vai cair. Não sabemos até quando o auxílio emergencial dado pelo governo federal continuará”, concluiu Backer.

Para Devanir Gazim, comprador de um supermercado local, essa alta nos preços em todo Brasil também afetou a região de Dracena. “Sim, acredito que não só Dracena, como toda região foi afetada por essa alta”, disse Gazim.

O comprador afirma que o consumidor final também sofre. “As mudanças de preços tem sim afetado o consumidor final. Os produtos que mais teve variação de preço foram cenoura, beterraba e repolho”, afirmou Gazim.

De acordo com ele, as empresas de comércio varejista, como o supermercado que trabalha, também sofrem. “Para o supermercado, o que dificulta é na hora de fazer ações. Como alguns itens estão com preços elevado o consumidor acha que o preço ofertado não é atrativo”, concluiu Gazim.