Pé na areia, a caipirinha, água de coco, a cervejinha! Como na música do Diogo Nogueira, esses quatro elementos são vitais para as festas de fim de ano e o verão brasileiro. Porém, em 2020, apenas a água de coco e a caipirinha estão garantidos para os dracenenses. O pé na área não irá existir nos balneários da microrregião de Dracena, devido à pandemia do novo coronavírus. E a cervejinha está em falta na grande maioria dos supermercados da cidade.

Isso mesmo, bebida tradicional do povo brasileiro está com problema de abastecimento em toda a região. De acordo com o que Jefferson Pessoa, proprietário de um supermercado na Vila Barros, em Dracena, disse ao Jornal Regional as bebidas não estão conseguindo ser entregues na cidade.

“Conversei com diversos proprietários de supermercados da cidade e eles foram unânimes. Todos estão com problemas de abastecimento por parte da AmBev, principalmente na parte de bebidas retornáveis, utilizadas para envazar cervejas”, disse.

Para ele, existe desrespeito por parte da empresa de bebidas. “É uma grande falta de consideração. Eles não dão satisfação alguma para nós compradores. Não estão entregando e não justificam o motivo. Todos os mercados estão em falta, está um caos”, afirmou o proprietário do estabelecimento.

Segundo Pessoa, não existe nem responsáveis para responder os questionamentos. “A gente tenta ligar nos canais de atendimentos e todos eles são evasivos. Não existe diretor que possa responder para nós. Os vendedores e supervisores ficam passando de um para o outro, sem responder o motivo da falta do produto. Uma empresa de porte mundial como AmBev passar por isso é uma vergonha”, comentou.

Responsável por 70% do fornecimento de bebidas nos mercados da cidade, Pessoa diz que espera uma resposta da AmBev. “A gente aguarda, a cerveja é o principal, mas outras bebidas, como refrigerantes também estão em falta. A gente fecha compras de R$ 45.000,00 e eles entregam produtos no valor de R$ 2.800,00. Faltando quase que todo o pedido. Além disso, não justificam o atraso, não dão prazos de quando conseguirão entregar tudo. É complicado, já que a população não entende que a culpa não é do supermercado e sim do fornecedor”, ressaltou Pessoa.

De acordo com ele, outras empresas do ramo também estão com dificuldades na entrega dos produtos, mas o tratamento é diferente. “As outras empresas que compramos cerveja também estão com atrasos na entrega. Entendo que existe a falta de material para o envase, falta de insumos. Mas todos eles nos passam prazos e cumprem com o combinado. Diferentemente da AmBev. O problema é que pelo Market Share que eles têm no estado, não podem faltar com esse tipo de compromisso, ainda mais em período de festas”, disse ele.

Ele ainda completou dizendo que teve que apelar para lojas de atacado em Presidente Prudente. “Tive que fazer uma compra em um atacado em Prudente. Se não fizesse, não teria produtos para atender o cliente. Além disso, a AmBev tabela os preços em supermercados e praticamente define nossa margem de lucro. Quando apelo para compra em outro lugar, perco essa margem, que já é baixa”, completou.

Outro lado

A reportagem do Jornal Regional tentou entrar em contato com as três prestadoras de serviços de assessoria de imprensa da AmBev, porém em nenhuma delas fomos atendidos.

‘Litrinho’, como é conhecido o vasilhame de 300 ml, está faltando nas gôndolas dos supermercados (Pedro Reis/JR)