Na manhã de ontem, 7, a União das Cooperativa Agrícolas de São Paulo organizou um protesto em mais de 200 municípios paulistas para pressionar o governo estadual para não modificar o ICMS para os alimentos.

De acordo com Gislaine Oliveira, representante da COOPADRA, cerca de 50 veículos participaram da manifestação no centro de Dracena. Para ela, tal atitude dos produtores agrícolas foi importante para mostrar força perante o Governo de São Paulo. “As pessoas precisam entender que precisamos juntar forças para conter os desmandos do nosso governo. Ele tomam essas medidas sem saber as consequências”, disse ela.

Segundo Oliveira, as mudanças afetariam diretamente os produtores e os consumidores finais. “O produtor não vai conseguir repassar todo esse aumento para o consumidor final. Infelizmente quem ainda paga a conta é o produtor rural e nós não podemos ficar calados”, afirmou Oliveira.

Para ela os produtores já estão sofrendo com a pandemia de coronavírus. “Vale ressaltar que diante do problema com a covid-19, os produtores já sofrem para manter a atividade por conta do custo de produção. Para ter ideia, um saco de ração de 40 quilos custa R$ 110,00, no inicio da pandemia era cerca de R$ 40,00. Com esse imposto agrava ainda mais, é impossível manter a atividade, produtividade com esses preços nos insumos”, explicou ela.

A representante da COOPADRA ainda diz que sem produção não há alimento na mesa das pessoas. “As pessoas terão dificuldades para complementar a alimentação diária. Sem contar com a falta de produtos. Já estamos sofrendo com o clima, calor demasiado. A alta dos insumos inviabiliza ainda mais”, ressaltou.

Mesmo com o recuo, Oliveira afirma que todas as alíquotas sejam diluídas. “O governo recuou e vai tirar alguns produtos da lista do aumento de impostos. Na realidade ele precisa cancelar todas mudanças. Não só isso, mas impedir o reajuste de 12% da energia elétrica. Com esse aumento é impossível trabalhar com tecnologia nas nossas produções. Hoje já temos custos altos para manter irrigação, estufas”, explicou.

Ela completa dizendo que seguem, mesmo que aos trancos e barrancos, batalhando pela produção nas propriedades rurais. “A gente segue batalhando. Na verdade, quem segurou o Brasil na pandemia foi a agropecuária, a agricultura familiar, garantindo pelo menos 70% da alimentação na mesa dos consumidores”, finalizou Oliveira.