Os acidentes, em especial os atropelamentos e afogamentos, são as principais causas de mortes de crianças de 1 a 14 anos, segundo o Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria, do Departamento Científico de Segurança, e a Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Além disso, cerca de 111 mil crianças são hospitalizadas por ano devido aos acidentes, destacando-se quedas e queimaduras. O dado é do Datasus. Morreram 2.441 crianças de zero a 14 anos em decorrência de acidentes domésticos em 2015 no Brasil, para o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Com o isolamento social, a atenção deve ser redobrada.

A cozinha, o banheiro e a lavanderia são os cômodos que mais requerem cuidado. Em um estudo da Academia Americana de Pediatria, queda, engolir objetos e queimaduras figuram como os principais riscos para as crianças de até 4 anos.

Com a devida divulgação dos modos de prevenção, estima-se que é possível evitar 90% desses acidentes. Tal cenário foi previsto pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que criou a Cartilha de Prevenção aos Acidentes Domésticos e um Guia Rápido de Primeiros Socorros.

Rita de Cássia Mecca Guerini, pediatra com especialização em Medicina Intensiva Pediátrica, plantonista da UTI Neonatal-Pediátrica do Hospital Unimed Bauru e associada à Sociedade Brasileira de Pediatria, concorda com a necessidade de investir em prevenção, pois muitos tratamentos são longos e desgastantes em termos financeiros e emocionais.

A médica lista algumas dicas para que você evite outros tipos de acidentes em casa e comenta sobre o impacto negativo sofrido pela criança devido à desatenção dos pais e/ou cuidadores perante a elementos externos.

  • Evite cozinhar e manipular líquidos quentes com a criança no colo;
  • Vire os cabos das panelas para trás;
  • Deixe a tampa do vaso sanitário sempre fechada, porque a criança pode se afogar com pequenos volumes de água;
  • Sempre esvazie tanques, bacias e baldes e coloque-os de boca para baixo;
  • Redobre a atenção com banheiras, piscinas e rios. Nesses casos, equipe a criança com colete salva-vidas e a mantenha sob supervisão de um adulto a um braço de distância;
  • Guarde armas de fogo e armas brancas (faca, agulha, martelo e etc.) fora do alcance dos pequenos.

Portanto, se atentar aos fatores internos e externos é essencial para prevenir acidentes domésticos e proteger os pequenos. Caso algo aconteça, procure atendimento médico imediatamente. Somente um profissional da saúde poderá avaliar o impacto do ocorrido e indicar medicamentos e tratamentos.