Na manhã de ontem, 8, na sede do Ministério Público em Dracena, o desenvolvimento da campanha contra o COVID 19 foi tema de reunião entre a Administração Municipal e os promotores de justiça da comarca local, Antônio Simini Junior; Rufino Galindo Campos e Ruy Fernando Anelli Bodini. O encontro foi provocado pelo Executivo municipal visando orientações da instituição.

Mesmo o município de Dracena tendo seguido a orientação da Divisão de Imunização do Governo do Estado de São Paulo, a interpretação segundo o MP, deve levar em conta pessoas que estão na linha de frente.

O MP está atendo ao trabalho que vem sendo desenvolvimento no município quanto à campanha de vacinação contra o novo coronavírus.

Os promotores aproveitaram o momento para ressaltar a importância de serem imunizados neste primeiro momento, aqueles que realmente estão em contato direto com a causa covid. Objetivando que a vacina tão desejada por todos, mas que prioritariamente agora não atenda condições por si só, mas sim ao público prioritário, sem exceções a quem quer que seja.

“A cartilha do Governo do Estado permite ampla interpretação com relação aos profissionais de saúde. A nossa preocupação é por vacinar os idosos e aqueles que estão em contato com a causa covid neste momento”, explicou o promotor Ruy Bodini. E prosseguiu: “Estamos atentos à campanha; já verificamos muitas reclamações, por outro lado nos colocamos a disposição do município para promover a ação de maneira adequada, visando o atendimento em primeiro momento daqueles mais vulneráveis”, frisou afirmando que os que já receberam estão ok, porque não houve má-fé.

De agora para frente, o MP recomendou que sejam criados decretos estabelecendo os novos grupos, limitando os públicos cujas necessidades são mais urgentes, a receberem a vacina, assim tentando livrar leitos de UTI que encontram-se lotados na cidade.

O promotor Rufino Campos citou que essas novas medidas a serem adotadas em Dracena, de limitação do público, visa um controle da escassez da vacina.  “Precisamos afunilar o público que precisa receber essas primeiras doses, caso contrário pessoas que não pertencem aos grupos ou não estão em contato com a causa covid deverão assinar declarações sob pena de até responder por possíveis crimes”, explicou.

Por sua vez, o dr. Antônio Simini recomendou que a medida adotada pelo município de Dracena seja compartilhada pelos demais municípios pertencentes a Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista (Amnap).

Os três promotores citaram exemplos para exemplificar situações – estudantes da área da saúde que moram em outras cidades e fazem estágios devem receber a vacina onde atuam. Já aqueles que estudam aqui e trabalham aqui devem receber a vacina por aqui, onde atuam profissionalmente.

“A vacina veio para Dracena então temos que vacinar pessoas daqui que trabalham na cidade. Queremos que as regras fiquem bem claras para evitar situações injustas”, afirmou dr. Ruy Bodini.

Dr. Rufino comentou que este momento é dos idosos, então a prioridade são eles. “Muitos idosos estão se frustrando ao ver que até agora não receberam a primeira dose da vacina. Com relação aos cuidadores, deve-se ser bem analisado cada caso, vacinar realmente aqueles que trabalham com carteiras assinadas, e apresentem declarações para tal, evitando assim que falte vacina para outros idosos”.

O prefeito André Lemos agradeceu as orientações do Ministério Público e disse que Dracena seguirá as recomendações da instituição responsável pela defesa de direitos dos cidadãos e dos interesses da sociedade. “Desde o início da campanha na cidade estamos seguindo todos os protocolos do Estado e também do MP”, informou o prefeito.

Além da presença do prefeito e dos três promotores, o encontro contou ainda com a presença da enfermeira responsável pela Vigilância Epidemiológica, Karina Akiyama; secretária de Saúde Rosemary Souza e a secretária de Assuntos Jurídicos Marli Biscaino Allonso.