O presidente da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas), o dracenense Claudio Cedroni visitou a redação do Jornal Regional nesta semana. Em pauta: a segurança que os consultórios passam para seus pacientes em meio à pandemia do novo coronavírus.

Cedroni disse que no início da pandemia, a insegurança era gigante. “A classe sentiu muito, falo como presidente da APCD, todos os colegas cirurgiões dentistas ficaram em pânico. Não se sabia o que seria com essa pandemia, pois tratamos da boca dos nossos pacientes,  com muita exposição ao vírus, temos contato direto com uma das formais de maior possibilidade de transmissão”, explicou.

De acordo com ele, a sensação era de impotência. “Eu mesmo fiquei numa situação de uma semana com uma sensação de impotência, sem saber como seria o consultório, se teríamos pacientes. Após um ano podemos ver que a classe odontológica foi a menos afetada. Nós imaginávamos que seria um aniquilamento da nossa função. Achávamos que até a mídia iria fazer com que o paciente não fosse ao consultório. Mas isso não ocorreu”, disse ele.

Ele prossegue: “O dentista já tinha um habito de assepsia, biossegurança, o hábito de constantemente lavar as mãos. O atendimento antes da pandemia é um, hoje já é outro. Tivemos que nos adaptar para dar segurança para nossa equipe, para nossos pacientes. Os consultórios passaram a usar um protocolo diferente, mascaras, álcool em gel, distanciamento, agenda também com horários distantes, pedir para o paciente chegar só no horário agendado, nunca com antecedência, como era antes”, disse ele.

Cedroni afirma que atualmente, muitos protocolos devem ser feitos com uma proteção elevada, segundo ele, lembrando um astronauta. “Existem procedimentos de maiores riscos de contágio, que o profissional tem que se paramentar, quase como um astronauta. Com isso, um paciente sente segurança e fala para o outro, contando da segurança que sentiu durante o procedimento, que o profissional que o tratou se protegeu além de proteger o paciente. O importante é o paciente sentir segurança. São maneiras que a gente conseguiu para que nossa classe não fosse tão afetada”, afirmou o dentista.

Segundo ele, muita coisa mudou. “Muitos pacientes estavam em pânico, com medo de ir ao consultório. Mas, os protocolos foram se adequando, os materiais, equipamentos, como todo o mundo teve de se adequar, nossa classe também teve de se readequar”, lembrou Cedroni.

O presidente da APCD ainda afirma que o tratamento odontológico e a rotina de consultar com o um profissional, além da higiene bocal feita em casa diariamente, evita até um risco de evolução para quadros graves de covid. “Nós estamos enclausurados dentro de casa. Consequentemente o paciente não vai fazer a manutenção costumeira, índice de escovação também diminuiu e isso trás um risco de desenvolvimento de alguma infecção bocal. Ao adquirir o vírus da covid, você pode ir para o hospital e ser entubado com uma gengivite, com um problema dentário, uma infecção, e isso agrava o quadro. Pra ele sair daquela situação é muito mais difícil que uma pessoa que tem os dentes bem cuidados” ressaltou Cedroni.

Hoje, as coisas parecem estar voltando ao normal. “Quando começou tudo isso as pessoas estavam se sentindo amedrontadas. Dracena passou por um momento terrível. Com o passar do tempo o paciente também percebeu que tinha que retornar às consultas. Sinto que no meu consultório que as coisas já estão voltando ao normal”, afirmou.

Cedroni ainda lembrou da importância do cirurgião dentista dentro dos hospitais. “Hoje o atendimento odontológico em hospitais é necessário, muitas vidas são salvas por isso. Cidades maiores já contam no corpo clinico uma equipe de cirurgiões dentistas fixa. Depois da covid é ainda mais necessário o dentista estar ali”, concluiu Claudio Cedroni.