DA REDAÇÃO
Termina nesta quarta-feira, 4, o prazo para que os cidadãos de todo o Brasil regularizem a situação do título de eleitor. Quem tiver pendências com a Justiça Eleitoral, após essa data, não poderá votar nas eleições de 2022. Neste ano, serão disputados os cargos de deputado federal, deputado estadual, senador, governador e presidente.
Assim como outros temas do mundo adulto, as eleições podem render boas conversas com as crianças e jovens. Além de ser um importante aprendizado sobre cidadania, é uma oportunidade de inserir o tema no cotidiano, ensinando sobre como esse processo democrático influencia a vida de todos. Nessa hora, é importante não reforçar pontos como “é sempre assim” e evitar termos muito complexos, convidando a criança e os adolescentes a se informar sobre o assunto.
Como explicar o que é política?
À primeira vista, pode parecer um assunto meio complicado de abordar com os filhos, especialmente os pequenos. Porém, quando a reflexão é feita na linguagem da criança e respeitando a faixa etária, é possível que ela entenda como a política acontece na prática.
Os pais podem começar explicando que é uma ferramenta capaz de transformar o mundo, para que ele seja um lugar melhor para todos. Também é interessante dizer que a política está presente cotidianamente em nossas vidas, seja em casa, nas relações com os amigos ou na escola. A partir daí, é possível promover uma reflexão sobre atitudes, valores humanos e expectativas que se depositam sobre as pessoas que se dispõem a governar.
“A responsabilidade envolvida no processo eleitoral pode ser mais bem compreendida quando as crianças têm vivências importantes em casa, como escolha consciente e corresponsável, pensamento crítico, respeito à diversidade, seleção de fontes de informação confiáveis, exercício de cidadania, direitos e deveres respeitados. Os adultos precisam criar condições para que sejam exemplo de uma conduta ética”, explica o coordenador do Ensino Médio da Escola Champagnat, Valmir Rogério Faili.
Como orientar adolescentes que já podem votar?
Neste caso, a orientação é essencial. Ou seja, os adolescentes devem ser ensinados a buscar fontes confiáveis de informações sobre os candidatos, a conhecer as plataformas de governo e compará-las com a sua forma de entender o mundo, buscando representação.
“O papel dos pais ou familiares é muito importante nesse processo. Como adultos experientes, são eles que contribuem com a visão crítica, buscando ponderar as considerações dos jovens que, por meio da escuta e do diálogo, colaboram para escolhas conscientes”, esclarece o professor Valmir.
Veja outras dicas na hora de conversar sobre política:
- Evite discutir política:procure não repetir o senso comum como “é sempre assim”, “nada muda”, “os políticos são sempre os mesmos”, entre outros jargões. A crença na mudança social pela ação do cidadão é importante para que o processo eleitoral seja considerado pelo jovem como uma ferramenta de transformação.
- Se informe junto com o filho:leia jornais, impressos ou virtuais, acesse as plataformas políticas, assista aos momentos de propaganda eleitoral, ponderando sobre a viabilidade ou não das propostas e os contextos que estão implícitos nas imagens. Essas são maneiras de dialogar e ajudar o jovem em sua escolha.
- Evite termos complexos:no caso de crianças pequenas, é melhor explicar com exemplos práticos ao invés de partir para termos como “liberdade” ou “democracia”, que podem ser mais difíceis de entender.
- Dê exemplos:para tornar mais palpável a explicação, exemplifique, contando que as relações políticas acontecem também em casa, no condomínio, na escola e em outros lugares que a criança frequenta.
5. Ressalte o potencial transformador da política: para isso, incentive a participação da criança em ações como trazer os filhos para convivência com realidades diversas por meio do trabalho voluntário, por exemplo.