Professores acampados desde ontem (12) na sede da Secretaria Estadual de Educação, no centro do Rio de Janeiro, dizem que permanecerão no local até a próxima reunião com o secretário Wilson Risolia marcada para amanhã (14) à tarde.
Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), mais de 60% dos cerca de 55 mil professores aderiram à greve. A secretaria alega que apenas cerca de 2% dos professores não têm comparecido às salas de aula, segundo levantamentos diários das 14 diretorias regionais espalhadas pelo estado.
O coordenador-geral do Sepe, Danilo Serafim, afirmou que mais de 3 mil professores abandonaram a rede estadual devido aos baixos salários e às condições precárias nas escolas. “O salário inicial com desconto de um professor hoje é de R$ 680. Além disso tem a questão da violência que alguns professores sofrem dentro e fora de aula, as superlotações em sala, que chega a 50 alunos em algumas turmas. Muitos professores estão de licença com problemas de depressão e problemas de saúde. A carência de profissionais que já é endêmica tende a piorar”.
Eles reivindicam 26% de aumento e incorporação imediata da gratificação do programa Nova Escola, além do descongelamento do plano de carreira dos funcionários e o direito de realizar eleições para diretores nas escolas.
Ontem o secretário recebeu seis representantes do sindicato, mas não houve acordo. Pouco antes da reunião, um grupo de professores invadiu o prédio da secretaria e houve tumulto.
O secretário informou que o governo tem investido em vários benefícios para a categoria, mas que é importante ser responsável devido ao impacto orçamentário. “São 93 mil servidores ativos e 74 mil inativos, e essa questão salarial passa pela Previdência, inclusive. Com mais segurança sobre a nossa arrecadação semestral, foi possível antecipar o valor programado para 2012. O salário-base de um professor de 16 horas em 2007 era de R$ 540”, disse o secretário que anunciou que em 2011, mais de R$ 1,2 bilhão serão investidos no setor.
Risolia citou investimentos de R$ 25 milhões em formação e qualificação dos professores, com o cartão auxílio-qualificação, R$ 14 milhões no programa de formação continuada para docentes e R$ 250 milhões na melhoria da infraestrutura das unidades escolares como algumas das iniciativas de valorização da classe.
Segundo a secretaria, existem na rede estadual de educação 1.457 unidades escolares, 1,1 milhão de alunos e 75 mil professores, sendo que cerca de 55 mil estão em sala de aula e o restante em atividades administrativas.