Servidores técnico administrativos das universidades federais, em greve desde o dia 6 de junho, fizeram uma manifestação hoje (11) pela manhã em frente ao Ministério do Planejamento para pressionar o governo a atender as reivindicações da categoria. Cerca de 1,6 mil servidores de todo o Brasil estão acampados na Esplanada dos Ministérios desde a última terça-feira (9).
Segundo Paulo Henrique Santos, coordenador-geral da Federação dos Sindicatos das Universidades Brasileira (Fasubra), o governo não tem procurado negociar com os trabalhadores em greve. “A paralisação já dura 68 dias. Até o momento, o governo não apresentou nenhuma proposta concreta para dar uma solução efetiva à pauta”, disse o coordenador.
De acordo com ele, representantes da Fasubra esperam ser recebidos pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, no início da próxima semana, para negociar as reivindicações da categoria. “Ontem [quarta-feira, 10], em reunião com a ministra, a Central Única dos Trabalhadores pautou a nossa greve. E, ao final da reunião, foi noticiado para os servidores acampados que a Miriam Belchior havia se comprometido a receber os representantes da Fasubra”, declarou.
Aproximadamente 100 mil técnicos administrativos de 50 instituições aderiram à paralisação, segundo estimativas da federação. As principais reivindicações da categoria são aumento salarial, equiparação entre ativos e inativos, entre trabalhadores que exerçam a mesma função e restruturação de carreiras extintas.
Os servidores também criticam a Medida Provisória nº 520 que autoriza o governo a criar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, para gerenciar os hospitais públicos universitários. “Os 42 hospitais universitários estão na mira da privatização. Isso prejudica a população. A intenção é deixar de atender pessoas carentes para atender convênios privados”, criticou a auxiliar de enfermagem Antônia Rodrigues, do Hospital da Universidade Federal do Ceará.
Na última semana, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Arnaldo Esteves Lima determinou, por meio de uma liminar, que pelo menos 50% dos servidores em greve voltem a trabalhar. Para a Fasubra, a decisão não invalida a greve. “Isso dá legalidade ao nosso movimento”, destacou a coordenadora-geral da Fasubra, Léia de Souza Oliveira.