A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) deve pedir reintegração de posse da reitoria nesta sexta-feira (4). Está agendada uma reunião emergencial da administração da instituição para definir as medidas em relação à invasão da reitoria ocorrida na noite de quinta (3).
Na manhã desta sexta, funcionários da universidade chegaram para trabalhar na limpeza do local por volta das 6h30, mas foram impedidos de entrar pelos manifestantes. A movimentação nos arredores da reitoria se restringe a alguns universitários que deixaram o local para comprar café e alimentos. Os vigilantes da Unicamp estão do lado de fora e não há registro de confusão.
Na noite de ontem, após a ocupação do prédio, o delegado assistente da Seccional de Campinas Oswaldo Diez Junior esteve no local para constatar a invasão e relatar os danos ao patrimônio público. Além disso, fez o registro (boletim de ocorrência) para que a universidade possa entrar com medida judicial cabível para reintegração de posse do espaço.
“Vou fazer o requerimento para a perícia ser feita no local. A polícia também tomará providências para identificar os autores dos danos ao prédio”, afirmou o delegado . Os alunos quebraram vidros e arrombaram portas, além de picharem muros e paredes com frases que hostilizavam a presença da PM no campus. Para garantir a privacidade dentro do edifício, eles tamparam as janelas do prédio com panos escuros e papel.
Encapuzados, alguns deles chegaram até a subir no telhado. Dois seguranças foram obrigados a abandonar uma das salas a mando dos ocupantes.
Protesto
Um grupo de cerca de 200 estudantes ocupou o prédio da reitoria da Unicamp por volta das 19h da quinta-feira e passou a madrugada desta sexta-feira no local. A ocupação busca a revogação da autorização dada pela instituição de liberar a entrada da PM (Polícia Militar) no campus.
A decisão de aceitar o reforço da PM para fazer a segurança em todas as unidades da universidade foi tomada após a morte do estudante Dênis Papa Casagrande, 21, durante uma festa ocorrida há duas semanas. Para os manifestantes, a presença da PM no local é “perigosa e opressora”.
“A Unicamp foi oportunista usando a fatalidade que aconteceu com o Denis. Também estamos apoiando o movimento que vem ocorrendo na USP. Com alunos de duas grandes universidades agindo, teremos mais força diante do governo”, disse Diana Nascimento, coordenadora do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da Unicamp.