UOL Educação recrutou três profissionais para fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2013 com o propósito de apurar como foram os bastidores nos locais de prova.

A imprensa só pode ir até o portão da entrada — nossa pauta termina com o registro dos atrasados para a prova. Às vezes, esses “atrasados” pregam alguma peças nos profissionais da mídia, mas essa é uma outrahistória.

A orientação para eles era clara: seriam nossos olhos e ouvidos durante a aplicação do exame em suas salas. Eles sabiam todas as regras do Enem e estavam instruídos a cumprir todas elas. Foi a mesma estratégia adotada na nossa cobertura do Enem 2012 com três jornalistas que também voltaram aos bancos escolares por um final de semana.

Chamou a atenção dos estudantes a palavra gasolina em uma charge de época que fazia parte da questão 35 da prova amarela. O MEC optou por manter a grafia original e, na época, a palavra era escrita com a letra “z” (gazolina). A repórter Luana Souza comenta: “Na saída, o assunto estava na boca do povo”. E foi parar nas redes sociais.

Este ano, como em todos os outros, a preocupação era a segurança da prova — tanto com os vazamentos de fotos na web como na atuação dos fiscais para garantir que todos tivessem as mesmas chances de ir bem. Dos três repórteres inscritos, um observou uma conduta inadequada dos fiscais

Anderson Sotero, de Salvador, relatou que “os fiscais ficaram conversando na porta da sala (do lado de fora) de costas para os candidatos”. Ele conta, ainda, que eles foram desatentos com a marcação do tempo de prova e os sinalizadores estavam em 3 horas quando os candidatos já estavam com menos de 2h30 de exame. 

Neste ano, não houve ocorrência de furto da provavazamento de questão ouproblemas com gabarito. Apesar do cenário mais tranquilo, ainda apareceram reclamações de candidatos que foram mandados para dois endereços diferentes, registro de boletim de ocorrência de inscritos porque os portões foram fechados antes das 13h segundo eles e uma repercussão nas redes sociais de algunstranssexuais que foram constrangidos na hora da identificação.

Prova

A repórter Fernanda Calgaro — que já trabalhou especificamente com educação —estranhou a interdisciplinaridade da prova na hora de respondê-la como inscrita. “Tentei no início encaixar a pergunta em uma disciplina para buscar as respostas na respectiva gaveta do meu cérebro. Funcionou para algumas, mas logo vi que estava com a estratégia errada”, comenta Fernanda, que ficou o tempo mínimo nos dois dias. Ela também acompanhou as entrevistas coletivas que o MEC (Ministério da Educação) organizou no final de semana do Enem.

A jornalista Luana Souza comentou: “Para quem passou pelos antigos vestibulares,encarar uma prova que exige mais versatilidade e leitura é um exercício cansativo e desafiador”. 

Para Anderson Sotero, o segundo dia foi mais cansativo — opinião compartilhada com os estudantes e professores. “É um massacre“, afirmou Luis Ricardo Arruda, coordenador do Anglo. ” É muito texto. O modelo do segundo dia do Enem é exaustivo para o aluno”, completou Arruda.