Os gastos militares da China crescerão apenas 7,5% em 2010, encerrando um longo período de crescimento de dois dígitos no orçamento bélico do país. A verba para as forças militares chinesas será de aproximadamente US$ 78 bilhões, informou nesta quinta-feira, 4, um porta-voz do Partido Popular.
Li Zhaoxing disse que, proporcionalmente ao PIB do país, a China ainda gasta menos que outros países, como os EUA, que criticaram os asiáticos por seu rápido crescimento com o orçamento militar.
Li disse que a China está sendo transparente sobre o assunto. Ele disse que o dinheiro gasto com o militarismo ajudará no enfrentamento de várias ameaças, sem dar especificações. “O único propósito da força militar limitada da China é manter a segurança, a soberania e a integridade do território”.
Mais bem treinados
De acordo com especialistas chineses, essa é a primeira vez em 20 anos que o crescimento do orçamento militar é inferior aos 10%. O aumento de dois dígitos começou no fim da década de 80, quando a China iniciou um ambicioso programa de melhoras em suas forças armadas.
Desde então, o país passou a comprar e produzir armas de alta tecnologia e reduziu o número de efetivos em uma tentativa de ter menos soldados, porém todos mais bem treinados. Salários e outros benefícios para oficiais e militares de baixa patente também foram elevados.
“A China atingiu seus objetivos no passado ao dar continuidade ao crescimento superior aos 10% no orçamento militar”, disse Andrew Yang, vice-ministro de Defesa de Taiwan e especialista no militarismo chinês.
Há estudiosos, porém, que acreditam que o verdadeiro valor gasto com militares na China é bem maior que os US$ 78 bilhões anunciados. Os EUA e outros países receiam sobre qual poderia ser o objetivo do país asiático.
Em um livro recentemente publicado, chamado “O Sonho Chinês”, um alto oficial do Exército da China diz que o país deveria construir uma força militar capaz de desafiar os EUA no século XXI. O governo chinês, porém, nega a ambição.
Atualmente, as relações entre EUA e China foram abaladas por episódios envolvendo invasões a contas de email do Google, a visita do dalai-lama à Casa Branca e a venda de armas de Washington para Taiwan, território que os chineses consideram como seu.