Grigory Dukor/Reuters
Dilma e Obama se cumprimentam antes de foto oficial dos chefes de Estado na cúpula do G20
A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta sexta-feira (6), em São Petersburgo, na Rússia, que o presidente americano Barack Obama se comprometeu a dar explicações ao governo brasileiro sobre as denúncias de espionagem contra elaaté a próxima quarta-feira (11).
Segundo Dilma, “Obama assumiu responsabilidade direta e pessoal pela investigação das denúncias de espionagem”. As informações foram dadas em entrevista coletiva e publicadas no Twitter do Blog do Planalto.
Dilma e Obama tiveram um encontro privado em São Petersburgo, onde participaram de uma reunião do G20. O Brasil já solicitou explicações formais e por escrito aos Estados Unidos após uma reportagem da TV Globo revelar, no último fim de semana, a existência de documentos secretos, vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, que mostram que a inteligência norte-americana teria monitorado conversas entre a presidente brasileira e seus principais assessores.
Dilma também disse que sua viagem a Washington, em 23 de outubro, depende “das condições políticas a serem criadas pelo presidente Obama”. Dilma será a primeira presidente brasileira, desde Fernando Henrique Cardoso, a ser recebida pelo governo americano com honras de Estado.
Em represália às denúncias de que estaria sendo espionada pela Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, em inglês), a presidente cogita cancelar a viagem.
Neste mês, Dilma irá participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde tradicionalmente o Brasil é o primeiro país a discursar. A presidente afirmou que deve levar às Nações Unidas uma nova proposta de governança.
“Irei à ONU propor uma nova governança contra invasão de privacidade”, afirmou a mandatária brasileira a repórteres.
Mais cedo nesta quinta-feira, Ben Rhodes, conselheiro adjunto de segurança nacional para as comunicações estratégicas dos Estados Unidos, afirmou que Obama prometeu a Dilma e a Enrique Peña Nieto, presidente do México, que os EUA trabalharão em conjunto para esclarecer as preocupações provocadas pelas revelações de espionagem americana contra os dois países.
“Se trata de um processo contínuo que manteremos com os governos mexicano e brasileiro”, completou o conselheiro.