Quase 25% da população mundial está ameaçada pelas inundações em consequência do degelo do Ártico, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF).
Em 2100, o nível dos oceanos terá aumentado mais de um metro, colocando em perigo as populações que vivem perto dos litorais, alerta a ONG no estudo publicado à margem da conferência sobre o clima que acontece em Genebra até 4 de setembro.
“Atualmente, o Ártico se aquece duas vezes mais rápido que a Terra em seu conjunto, o que constitui uma ameaça para todo o planeta”, preveniu o chefe de política climática do WWF Suíça, Patrick Hofstetter, citado em um comunicado.
O planeta parece enfrentar um processo inevitável. À medida que a extensão do gelo diminui e que a superfície dos oceanos aumenta, a quantidade de energia solar absorvida também aumenta.
“Isso faz com que as temperaturas subam mais ainda”, afirma o estudo.
O aquecimento climático libera, além disso, grande quantidades de metano, gás de efeito estufa, na região polar. Até agora estes gases estavam “aprisionados no gelo”. Este efeito contribui, por sua vez, para a acelaração do degelo nas zonas árticas.
“Só podemos romper esta espiral infernal de perigosas retroações do sistema climático se reduzirmos fortemente as emissões de gases de efeito estufa e conseguirmos manter o aquecimento global abaixo dos 2ºC”, afirma Hofstetter.
“Para isso, é preciso que os países industrializados reduzam em pelo menos 40% de suas emissões de CO2 até 2020”, enfatizou.
É justamente quanto a esta questão que os chefes de Estado e de Governo deverão alcançar um acordo em dezembro em Copenhague para suceder o Protocolo de Kyoto a partir de 2013.
Este acordo deverá permitir a redução progressiva de emissões de gases de efeito estufa que ameaçam com um aquecimento global que poderá alcançar os 6,4 graus no final do século, segundo as previsões do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima.