O presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou anteontem o investimento de R$ 6 bilhões ao longo de 20 anos na construção de mais de 2.000 blindados para reequipar o Exército, afirmou o ministro Nelson Jobim (Defesa).
Segundo Jobim, o projeto Veículo Blindado Sobre Rodas já tem alocação orçamentária. Os novos blindados, que serão chamados de Guarani, serão construídos na fábrica da Fiat/ Iveco, em Sete Lagoas (MG).
“Ele vai substituir todo o sistema de mobilidade do Exército”, disse o ministro, após a troca de comando no 1º Distrito Naval, no Rio. Além da construção dos Guaranis (chamados na fase de projeto de Urutu 3), o ministro disse que os blindados Urutu e Cascavel, considerados obsoletos e que eram produzidos pela falida Engesa (que chegou a exportá-los para cerca de 20 países), serão reformados para compor a frota da Força.
Em abril, o Guarani foi apresentado na feira de material de defesa Laad 2009 (Latin America Aerospace & Defence), no Rio. O custo estimado de cada unidade era de US$ 1,5 milhão (R$ 2,6 milhões). Jobim disse que a verba para os blindados será gasta ao longo de 20 anos com “entre 2.000 e 3.000 blindados”. O total, hoje, permite a construção de 2.285 Guaranis.
A declaração do ministro é feita após o governo Lula reequipar a Marinha com novos submarinos franceses e na fase final da compra de novos caças para a Aeronáutica. O Exército ainda não havia sido contemplado por grandes investimentos do governo federal. Queixando-se do abandono, o Exército chegou a suspender o expediente na manhã de segunda e na tarde de sexta, alegando a necessidade de economizar.
Segundo o Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, o Brasil tem 803 blindados de transporte de pessoal e 409 Cascavéis.