Levantamento do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, maior complexo hospitalar da América Latina, ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, aponta que o número de amputados em seu Instituto de Ortopedia e Traumatologia em decorrência de acidentes de trânsito teve aumento de 100% em 2011, quando foram registrados 13 casos, para 2012, em que houve 26 casos. 
Segundo o ortopedista e coordenador do grupo de trauma do instituto, Kodi Kojima, a maioria destes casos acontece nos membros inferiores e 80% são causados por motos.
Ainda segundo o levantamento, dos esmagamentos de membros, cerca de 80% são passíveis de reconstrução, 10% sofrem amputação imediata (no local do acidente), e nos outros 10% há uma tentativa inicial de preservação dos membros, mas eles acabam sendo amputados durante a hospitalização.
“Durante a internação, esses pacientes passam em média por três procedimentos cirúrgicos, e nos dois anos subsequentes, 60% necessitam de reinternação e mais cirurgias”, diz Kodi. Das vítimas, 40% voltam a ter um nível funcional bom e 30%, muito ruim.
Para Kojima, além dos problemas físicos, há os psicossociais. “Esses indivíduos podem passar por um ou mais do que se chama os ‘4Ds’ do amputado: divorciado, deprimido, desempregado e desmoralizado”, explica.
Mulheres, idosos, fumantes, e pessoas com doenças prévias podem ter maior probabilidade de apresentar complicações neste tipo de trauma. “Além dos impactos físicos e psicossociais causados, o custo de amputar um membro ao longo da vida pode chegar a R$ 500 mil, entre próteses, retornos médicos e reabilitação”, conclui o especialista.