Na manhã desta segunda-feira (7), a Polícia Civil apreendeu centenas de medicamentos encontrados dentro do veículo da Vigilância Sanitária de Flórida Paulista, que eram levados para incineração ilegal em uma usina de reciclagem. Uma denúncia de dois vereadores levou a polícia até o local dos fatos. 

Segundo o delegado de polícia, Hilton Testi Renz, alguns dos remédios estão fora do prazo de validade, mas outros apresentam data de vencimento somente para 2016. A secretária de Saúde, Oneide Rodrigues da Silva, não desmente que os medicamentos eram do Centro de Saúde. De acordo com ela, alguns dos remédios apreendidos eram das Farmácias Populares do município. “As farmácias mandam para o Centro de Saúde os medicamentos não controlados e vencidos, para serem incinerados”. Questionada sobre os medicamentos ainda em condições de uso, a secretária é enfática. “Tenho certeza que não foi a Unidade que colocou medicamentos não vencidos para serem incinerados, sendo que aqui nós estamos precisando”.
Em reportagem publicada na edição de ontem do Jornal Regional, o chefe de gabinete da prefeitura, Marcelo Lopes, também negou a acusação. “Não faz sentido nenhum. Se tivéssemos feito isto estaríamos jogando dinheiro público fora e isso nós jamais faríamos”.
A secretaria de Saúde também encaminhou uma nota oficial, com o seguinte esclarecimento: “Esclarecemos que os medicamentos vencidos do município são incinerados em valas profundas e posteriormente aterrados, conforme orientações superiores, portanto queimar medicamentos em tubulações ou mesmo jogar a céu aberto não faz parte das orientações e rotina da Vigilância Sanitária. Os medicamentos controlados do município são incinerados por empresa terceirizada contratada pela Prefeitura. Somente são incinerados medicamentos com prazos de validades vencidos ou que não apresentam condições seguras de uso. Esclarecemos também que recebemos doações de medicamentos, alguns deles com prazo de validade longa, porém os mesmos são recebidos em condições inadequadas de armazenamento, sem refrigeração ou com blisters danificados que também são enviados para incinerar. Portanto, estamos apurando os fatos para saber o que aconteceu”.
Na tarde de ontem (8), a secretária de Saúde, Oneide Rodrigues da Silva, o secretário de Meio Ambiente, José Aleixam dos Santos, e farmacêuticos locais estiveram no Centro de Saúde para uma reunião. Segundo Oneide, o objetivo foi “anunciar que toda terça-feira vai ser feito o recolhimento dos medicamentos das farmácias e que nenhum tipo de incinerado será feito no município a partir de agora”.
A Polícia Civil abriu inquérito para apuração do caso, que foi considerado crime ambiental. Três funcionários da Vigilância Sanitária já foram ouvidos pela Polícia e até sexta-feira (11) a farmacêutica e a coordenadora do Centro de Saúde, além da secretária de Saúde, deverão ser ouvidos também.