Mais um detendo foi morto nas celas da Penitenciária “Maurício Henrique Guimarães Pereira”, a P2 de Presidente Venceslau, na madrugada de quinta-feira, 14. A exemplo do crime que ocorreu na semana passada no presídio, a suspeita da polícia é que é o preso tenha sido morto por estrangulamento pelos colegas de cela.

A vítima foi Paulo Rogerio dos Santos, de 37 anos, natural de Osasco, e que estava preso na cela número 10 do pavilhão 6 (disciplinar) condenado por três roubos.
Segundo o delegado que atendeu a ocorrência, Everson Contelli, o comunicado do crime foi feito às 2h da madrugada, depois que cinco colegas de cela chamaram o guarda dizendo que Paulo estaria passando mal. “Foi tudo uma encenação, eles já tinham asfixiado a vítima e tentaram criar uma cena”, conta o delegado.
Contelli explica que, apesar de as investigações preliminares indicarem que os cinco agiram juntos na morte do colega de cela, eles negam. “Eles não confirmam que foram eles que mataram, mas nossa apuração apontou que quatro seguraram e um estrangulou a vítima”, diz.
“E isso teria ocorrido por conta de uma dívida, sem qualquer relação com as transferências de presos para [Presidente] Bernardes”, completa o delegado, referindo-se à série de transferências de integrantes de uma facção que age dentro e fora dos presídios paulistas para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) de Presidente Bernardes, um dos mais rígidos do Estado.
A cela onde o crime ocorreu foi isolada para perícia e o corpo de Paulo passará por exame necroscópico que apontará definitivamente a causa do crime.
O cinco companheiros de cela foram autuados em flagrante por homicídio doloso qualificado e serão transferidos ainda hoje para a Penitenciária “Zwinglio Ferreira”, a P1 de Presidente Venceslau.
No último dia 8, um detento de 39 anos foi morto da mesma maneira na P2 de Venceslau, por estrangulamento. Um dos colegas de cela assumiu a autoria do crime, mas não revelou a  motivação e afirmou que só falariam sobre o caso em juízo.