Instituído pelas Nações Unidas, o dia 26 de junho é considerado o Dia Internacional Contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas. De acordo com a organização, o comércio mundial de drogas movimenta cerca de US$ 322 bilhões a cada ano.
Para esta edição, a reportagem entrevistou o delegado titular da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes), em Dracena, Alexandre Luengo Lopes, que falou sobre o tráfico local, traçando um breve panorama do problema, que também atinge Dracena.
Luengo esclarece que na maioria dos casos, indivíduos que comercializam drogas (na cidade) não são grandes traficantes, são pessoas que “pulverizam” drogas na cidade, sendo estes pequenos traficantes. As grandes quantidades apreendidas pela polícia em Dracena teriam como destino outras cidades, principalmente às de grande porte.
“É necessário um trabalho de atuação de repressão direta, muito embora as quantidades (de drogas) apreendidas sejam pequenas, eles (traficantes locais) também estão praticando crime”, disse.
O delegado explica o tratamento diferenciado dado no âmbito da legislação a traficantes e usuários e esclarece que se trata de uma medida de política criminal.
“Antes da modificação da legislação, o usuário era punido e existia uma pena de privação de liberdade. Atualmente, ele (usuário) é submetido a uma pena alternativa de não prisão”, explicou.
Alexandre diz que infelizmente o que movimenta o tráfico é o consumo, por esse motivo, a polícia realiza campanhas permanentes de divulgação para alertar para que não ocorra o envolvimento com as drogas.
“A conduta daqueles que adquirem drogas ilícitas é exatamente a de fomentar a venda. Se este elo for quebrado ou reduzir, podemos conseguir atingir a meta final, que é a de acabar com o tráfico, porém é necessária a colaboração da comunidade, no sentido de se conscientizar e não comprar drogas”, enfatizou.
Sobre a decorrência de drogas na região, o delegado informou que os tipos de drogas mais comuns nas apreensões feitas pela polícia na cidade são o crack, a maconha e a cocaína, que têm a maior incidência.
“A polícia tem realizado operações constantes e trabalhos de investigações a partir da Dise voltados diretamente ao combate. Conseguimos um aumento considerável de prisões e várias pessoas já foram identificadas, tirando traficantes de circulação”, informou.
Luengo ainda voltou a ressaltar o trabalho de prevenção realizado pela Polícia Civil no âmbito da Dise, através de palestras de orientação.
Ainda, disse que atualmente o tráfico está presente em muitas outras localidades.
Destacou a importância do papel dos pais na tentativa de manter os filhos afastados do convívio do tráfico e das drogas.
“Uma boa conversa, orientação, um papo de pai e filho; este trabalho que as pessoas deixaram para a escola é que deve ser chamada a responsabilidade novamente para as famílias, principalmente para os pais”, disse.
O delegado finalizou lembrando quem comercializa drogas ilícitas está sujeito as punições da legislação, que prevê pena de 5 a 15 anos de reclusão.