Quem são aqueles homens dos morros cariocas, muitos deles jovens, que estão sendo caçados para serem levados para o cárcere?
Quem são aqueles homens, uns já detidos e outros procurados, muitos dos quais nem eram nascidos quando o crime já estava instalado ali?
Esses homens, chamados de bandidos, certamente foram bebês e crianças que despertaram em algum instante sorrisos, alegrias e esperanças nesta fase da vida.
Esses homens – chamados de criminosos – devem ter carregado belos sonhos, projetos e vontade de cidadãos comuns…
Esses homens, conhecidos hoje por apelidos, em algum momento de suas vidas, também acreditaram e sonharam em traçar o caminho do bom caráter…
Sim!… A observar pelo ponto de vista filosófico, esses homens “maus” deveriam seguir um plano desenvolvido pelo “Criador” e no qual estamos inseridos, mas eles se desviaram do caminho e faliram ante o roteiro que deveriam seguir.
Em razão disso, esses “infratores da lei” ficam comprometidos perante a Justiça em todas as dimensões e será obrigação reparar os erros cometidos.
Porém, é primordial lembrar que existe nessa questão uma enorme parcela de responsabilidade social.
Quando um homem vai à falência moral, a sociedade onde ele vive também é, de certa forma, cúmplice por tal situação, pois somos frutos do meio em que vivemos… da sociedade à qual pertencemos.
Assim, também tem culpa quem hoje aponta o dedo e atira pedras contra aqueles que se encontram enlameados pela corrupção moral, mas que tinha a obrigação de mostrar atitude contrária, proporcionando boas oportunidades, expectativas de vida, bem-estar e bons exemplos aos falidos.
Da mesma forma, homens “bons” que deram mais importância ao voto do eleitor a fim de assumir o poder para se promover, ao invés de desenvolver a nobre missão de ampliar a justiça social e a qualidade de vida;
Lembramos ainda, que pais e mães que educaram mal e negligenciaram na tarefa de educar os filhos, também têm uma elevada parcela de culpa na formação do caráter desses homens que a sociedade chama de “bandidos”.
Da mesma forma que esses homens infratores, são responsáveis por esse “estado” de coisas, os outros chamados de “homens de bem” que deveriam exercer a missão de assumir o poder público e construir uma sociedade mais justa e humana. Nesse plano, é possível afirmar que a boa oportunidade oferecida faz o cidadão, jamais o ladrão”.
Entendo, por fim, que aqueles que deveriam ter exercido
exemplarmente a tarefa educadora de pai ou mãe e não o fizeram, estão num grau ainda maior neste fracasso social.
Uma coisa é certa, todos aqueles que têm responsabilidade direta ou indireta por esta situação dos “frutos podres do cesto”, sofrerão as conseqüências de duas imutáveis leis universais: Justiça e a de Causa e Efeito.