“Mas os que esperam no Senhor, renovarão as suas forças, subirão com asas como águias, correrão e não se cansarão, caminharão e não se fatigarão”. (Isaías 40,31)
Ouvimos muito hoje: estou cansado, esgotado, estressado, angustiado, correndo, não tenho tempo, etc; é um fenômeno que pode nos atingir.
Qual o problema? O excesso de atividades ou o espírito que move minhas atividades? O papa Francisco nos responde: “O problema não está sempre no excesso de atividades, mas sobretudo nas atividades mal vividas, sem as motivações adequadas, sem uma espiritualidade que impregne a ação e a torne desejável. Daí que as obrigações cansem mais do que é razoável, e às vezes façam adoecer. Não se trata duma fadiga feliz, mas tensa, gravosa, desagradável e, em definitivo, não assumida. A ânsia moderna de chegar a resultados imediatos faz com que os agentes pastorais não tolerem facilmente tudo o que signifique alguma contradição, um aparente fracasso, uma crítica, uma cruz”. (Evangelii Gaudium, 82)
E quando estamos neste cansaço, não buscamos descanso no lugar certo. Buscamos em coisas, atividade ou pessoas que acabam nos esgotando ainda mais. Onde descansar?
Muitos têm buscado hoje a meditação (de diversas tradições, culturas e linhas) como fonte de equilíbrio, harmonia e paz. Há uma redescoberta da mística oriental pela loucura da vida ocidental nos últimos anos E de fato a meditação (sob diversos nomes) tem feito bem a muitas pessoas.
Como cristãos temos nossa resposta: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mateus 11,28-30)
São Paulo também tem uma palavra sobre o tema: “Não vos inquieteis com nada; mas apresentai a Deus todas as vossas necessidades pela oração e pela súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que excede toda a compreensão, guardará os vossos corações e pensamentos em Cristo Jesus.” (Filipenses 4,6-7)
Santo Agostinho descobriu isto e tem muito a nos dizer hoje sobre a nossa canseira: “Quando me uno a ti com todo o meu ser, não há em mim dor nem fadiga. Viva será minha vida, toda repleta de ti. Agora ergues o que de ti está repleto. Como ainda não estou pleno de ti, sou um peso para mim. Lutam minhas lamentáveis alegrias com as tristezas deleitáveis. De que lado estará a vitória, não sei”. (Confissões, Santo Agostinho)
Aprendamos então a descansar no Senhor e teremos mais vida. Pense nisso!
*é pároco da Paróquia Nossa Senhora da Glória de Tupi Paulista.