Há 53 anos, um grupo de empresários e educadores constatou a necessidade da criação de uma instituição que orientasse, promovesse e administrasse a capacitação de jovens para o mercado de trabalho. Sem experiência prática, os estudantes chegavam despreparados nas empresas, sem conhecimentos básicos do dia-dia corporativo, o que dificultava a adaptação. Foi nesse bojo que nasceu o CIEE, entidade filantrópico-assistencial que aniversariou em fevereiro, criada com o objetivo principal de facilitar a inserção de jovens no mundo do trabalho por meio do estágio, e depois, também da aprendizagem.
Durante mais de meio século, o CIEE encaminhou mais de 16 milhões de jovens para o mercado de trabalho. Muitos deles transformaram-se em grandes empresários, CEOs de empresas, gerentes, supervisores, juristas e educadores. Há também aqueles que pegaram gosto pelo serviço público, após estágio em órgãos estatais, e que hoje são importantes representantes do povo na vida pública, como senadores, deputados, prefeitos e vereadores.
O estágio ou a aprendizagem são pontos de partida essenciais para uma carreira de sucesso. Isso porque os jovens, muitas vezes, saem da universidade apenas com o diploma nas mãos e sem a necessária experiência. Com isso, sentem dificuldade de adequação aos modelos corporativos, desde a apresentação pessoal – uso da vestimenta e linguagem corretas –, à maneira de se comportar em uma reunião ou com o colega de trabalho, as relações interpessoais, a hierarquia ou o trato com o cliente, entre muitos outros temas que não são trabalhados nos bancos escolares.
A partir da capacitação prática, o jovem vivencia essas experiências, transformando-se em um profissional mais completo e qualificado. Terá, então, grande chance de ser efetivado na mesma empresa – já que 64% dos estagiários são contratados. Aqueles que não forem aproveitados, por falta de vagas, terão um currículo atraente para o mercado, facilitando a obtenção de uma nova chance.
Durante esses 53 anos, o CIEE não parou de crescer e aumentar oportunidades aos jovens. Hoje está em todos os estados do país, com unidades e postos em mais de 350 cidades. Os serviços gratuitos também multiplicaram-se: educação à distância, alfabetização e suplência para jovens e adultos, auxílio à empregabilidade da pessoa com deficiência, formação profissional pelo Aprendiz Legal – em parceria com a Fundação Roberto Marinho –¬, postos volantes de atendimento nas periferias e áreas de vulnerabilidade social, seminários sobre drogas, entre muitos outros.
Apesar de a casinha no tradicional bairro do Bexiga, onde iniciou seus trabalhos em São Paulo, ter se transformado em uma sólida estrutura de apoio à inclusão do jovem, os objetivos do CIEE seguem intactos e o sucesso vem sendo demonstrado em cada sorriso de quem consegue sua primeira oportunidade no mercado de trabalho.

*Presidente do Conselho de Administração do CIEE