Desde 2010, a Unesp vem ampliando seus programas de ações afirmativas, medidas com o objetivo de corrigir desigualdades presentes na sociedade (cursinhos pré-vestibulares para estudantes de baixa renda, isenções de taxas no vestibular, bolsas, auxílios permanência, restaurantes universitários, moradias estudantis, etc.). Porém, a partir de agosto de 2013 houve um avanço significativo com a criação do Programa de Inclusão por meio do Sistema de Reserva de Vagas para a Educação Básica Pública (SRVEBP). A informação é de Édna Sayuri Kanno Takaki Lorenzon, assistente administrativa II/Seção Técnica de Graduação e Pós-Graduação da Unesp/FCAT, campus de Dracena.

Ela afirmou que a FCAT, apresenta grande número de alunos oriundos de Dracena e cidades vizinhas (48%). Atualmente, 52,2% são alunos cotistas, com 82 alunos contemplados com algum tipo de auxílio de permanência estudantil.

Édna contou o relato de uma zootecnista formada pela UNESP/FCAT, Thaís Daltoso da Silva, quanto à permanência estudantil que foi de suma importância para a realização da “tão sonhada graduação”. A assistente administrativa pontuou alegria e preocupação de Thaís quando se conversava na casa dela sobre o ingresso na Universidade pelo vestibular: “A Thaís passou na Unesp em Dracena, que felicidade! Porém são 500 km de casa e infelizmente não podemos e não temos condições de custear sua permanência em Dracena”. Ela já sabia que precisaria de alguma ajuda financeira.

“Ao descobrir sobre a possibilidade de conseguir apoio por meio da permanência estudantil, a realização de até então um futuro sonho deixou de parecer tão distante. Ela relata que teve a oportunidade de contar com o auxílio permanência desde os primeiros meses que se mudou para Dracena, em 2014, o qual perdurou até 2017. Assim, ela conseguiu pagar boa parte das suas despesas e não sobrecarregar a família. Em seguida, dedicou-se aos estudos e conseguiu uma bolsa de iniciação. Então seu auxílio permanência foi destinado a outro aluno com necessidade socioeconômica constatada”, informou Édna.

Segundo ela, a Thaís relatou que quando encontra alguém que passou na faculdade, mas irá desistir da vaga porque infelizmente não consegue se manter não deixa de descrever sua experiência, que foi bem sucedida. Édna citou que a ex-aluna da FCAT conta que: “graças a essa ajuda financeira que teve durante a graduação, concluiu o curso de graduação em Zootecnia no final de 2018 e, no início de 2019, ingressou na pós-graduação, tornando-se mestranda na área de Aquicultura, pelo Caunesp, na Unesp de Jaboticabal”. Thaís terminou o relato dizendo que: “ainda tenho um longo caminho a ser percorrido, mas hoje, olhando para trás e vendo as minhas conquistas, agradeço muito o auxílio da UNESP, por meio da permanência. Essa inclusão que a Universidade oferece está lá para quem precisa, então o meu conselho é que não deixem de estudar, pois, assim como o meu sonho foi realizado o de muitas pessoas também pode se realizar”.

Assim, conforme Édna, para atender as metas inclusivas de alunos oriundos de escolas públicas e de estudantes autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI) em seus cursos de graduação, o projeto de inclusão da Unesp prevê que: a) 50% das vagas dos cursos de graduação da Unesp devem ser preenchidas por estudantes que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas; b) do total de vagas a serem ocupadas por estudantes provenientes de escolas públicas, 35% serão reservadas para pretos, pardos e indígenas; c) no prazo de 5 (cinco) anos, a Universidade deverá atingir a meta de inclusão de estudantes de escola pública em 50% das vagas a partir de 2018; d) a metodologia adotada para a inclusão é o SRVEBP, por meio da classificação no concurso vestibular, com a convocação dos candidatos aprovados até o limite de vagas fixadas para cada curso.

O Programa de Inclusão levou a Universidade a aumentar a quantidade de estudantes ingressantes oriundos de escolas públicas e de famílias de baixa renda. Ciente disso, a Unesp vem atribuindo várias modalidades de auxílios de permanência estudantil para estudantes com renda per capita familiar de até 1,5 salário mínimo.

Incluir estudantes no ensino superior não significa apenas abrir vagas para que determinado contingente de alunos ingresse na Universidade, mas sim criar condições para que o estudante possa concluir o curso.

“Os auxílios de permanência estudantil buscam ampliar e democratizar as condições dos alunos na Universidade Pública. Com objetivos de reduzir as taxas de retenção e evasão, minimizar os efeitos das desigualdades sociais e regionais e contribuir para a promoção da inclusão social pela educação”, concluiu Édna.