As academias voltaram ao funcionamento essa semana em Dracena. Foram ao todo 72 dias fechadas, tempo suficiente para muitas delas sofrerem danos que irão demorar muito para serem reestabelecidos.

Carina Michele, proprietária de uma academia de exercício funcional disse que financeiramente foi o maior dano. “Estou operando quase que normalmente. O principal entrave durante esse período foi financeiro. Perdi mais da metade dos meus alunos. Acredito que vai demorar para voltar a normalidade de antes”, disse Michele.

Já Paulo Rogério Coca Dias, há 19 anos no ramo, disse que o momento é péssimo. “Arrecadação foi zero nestes meses. Continuei pagando meus dois funcionários normalmente, mesmo sem arrecadar basicamente nada. Suspendi a mensalidade dos alunos, então não tinha entrada de dinheiro. Estimo ter tido um prejuízo de R$ 27 mil”, disse ele.

Paulo Coca tinha cerca de 200 alunos antes do fechamento das academias por conta do coronavírus. “Irei recomeçar praticamente do zero. Acho que até o fim desse ano não voltará ao ritmo que tínhamos antes. Desses 200 alunos, acho que no máximo 40% voltarão a treinar por agora. Muitas pessoas ainda estão com medo do contágio do vírus”, explicou.

Segundo ele, o CREF (Conselho Regional de Educação Física) estabeleceu normas para a reabertura das academias. “Estamos tentando nos adequar. São normas difíceis de distanciamento dos alunos, higienização dos aparelhos. Muita coisa vai mudar”, finalizou.

Júlio César Monteiro, também proprietário de uma academia na cidade é ainda mais pessimista. “Acho que para voltar ao patamar de antes da pandemia vai demorar cerca de dois anos. Eu perdi cerca de 90 alunos neste período. Só mostra que o governador não soube gerir de forma correta a crise”, disse Monteiro.

Reunião com a Prefeitura

Segundo apurado pela reportagem do Jornal Regional, na tarde de ontem, 4, uma reunião entre proprietários de academias e representantes da Prefeitura local definiu algumas normas solicitadas pelo Ministério Público Estadual e acatada pela juíza de direito Aline Sugahara Bertaco.

Ficou combinado que a Prefeitura terá que fiscalizar não só as academias, mas como outros estabelecimentos comerciais da cidade a cada três dias. Testes da COVID-19 deverão ser realizados em funcionários e divulgados por esses estabelecimentos.

Além disso, na solicitação do MPE, está claro que a Prefeitura deve detalhar um plano de testagem e quantos dos mesmos estão disponíveis na cidade.