Julho se despende com frio muito intenso em vários estados do Brasil, temperaturas negativas, muita geada e novamente a chance de neve, e por mais de um dia consecutivo. Tudo isso é consequência de uma grande e forte frente fria que avança sobre o país na última semana de julho deste ano, que virá associada a uma massa de ar frio de origem polar muito forte, possivelmente a mais forte deste ano até agora, e a um ciclone extratropical, que será importante para a ocorrência da neve e de outras precipitações de inverno.
Não vamos “esconder o frio”, mas vamos esclarecer a situação meteorológica do fim de julho de 2021 que, de fato, é especial, vai exigir esforços redobrados de toda a nossa equipe de operação e de comunicação, para monitorar e informar para o grande público, os muitos eventos meteorológicos excepcionais associados com a passagem desta intensa frente fria de inverno sobre o país.
Confira a seguir tudo que pode ocorrer durante a passagem desta grande e forte frente fria sobre o Brasil
Quando a frente fria vai chegar?
A frente fria que traz a forte massa de ar frio chega ao Rio Grande do Sul nesta segunda-feira, 26 de julho, com chuva e queda da temperatura no estado. Nesta terça-feira, 27, as nuvens com chuva e o ar frio se espalham sobre Santa Catarina, Paraná e pelo oeste e sul de Mato Grosso do Sul. São Paulo tem dia quente e o extremo sul do estado poderá ter alguma chuva.
Durante os dias 28 e 29 de julho, a frente fria avança sobre os estados do Sudeste e do Centro-Oeste, mas a chuva será em poucas áreas de alguns estados. O ar frio de origem polar entra mais forte sobre o Brasil causando queda de temperatura mais intensa no Sul, em muitas áreas do Sudeste e do Centro-Oeste e chegando a Rondônia, Acre e ao sul do Amazonas.
No dia 29 de julho, a Clima tempo prevê que esta frente fria tecnicamente já terá efeito sobre o sul do Pará, Tocantins e oeste/sul da Bahia, especialmente estimulando alguma nebulosidade, mas a chance de chover é baixa. O vento frio chega moderado a estas áreas e ameniza o calor.
Nos dias 30 e 31 de julho, esta frente fria deve continuar seu deslocamento sobre o Nordeste, estimulando a chuva pelo leste da Bahia e Sergipe.
Quando será o pico do frio?
Para a maioria das áreas do Brasil que serão influenciadas por esta forte massa de ar de origem polar, o pico do frio acontece nos dias 29 e 30 de julho, quinta e sexta-feira, quando se espera as mais baixas temperaturas no país, dentro dos dias de atuação desta onda de frio.
É nesses dias que o centro da massa de ar frio, que é a região onde o frio é mais intenso, estará ingressando e ainda passando sobre o Rio Grande do Sul. Mas é possível que no dia 31 de julho, algumas regiões gaúchas esfriem um pouco mais.
É fato que esta onda de frio será tão intensa quanto a observada entre os dias 19 e 21 de julho de 2021, especialmente na região Sul do Brasil. Por isso, áreas que já foram prejudicadas devido às duas ondas de frio que atingiram o país, devem manter alerta redobrado ao final do mês para o frio que volta a tomar conta de parte do território brasileiro.
Qual a menor temperatura estimada nesta onda de frio?
Até o dia 24 de julho, a menor temperatura registrada no Brasil em 2021 foi de -8,2°C, no dia 20 de julho, em Urupema, localizada na parte mais elevada da serra de Santa Catarina, conforme medição do Epagri-Ciram.
A Climatempo estima que um novo recorde poderá ser estabelecido, muito provavelmente na serra catarinense ou gaúcha, com algum valor entre -8°C e -10°C.
Risco de morte de pessoas
O resfriamento sobre os estados da Região Sul, em São Paulo e em Mato Grosso do Sul, em áreas do centro-sul do Rio De Janeiro , centro-sul de Minas Gerais, Triângulo Mineiro, sul de Goiás, sul e oeste de Mato Grosso será intenso nos últimos dias de julho de 2021. Além da baixa temperatura, a sensação térmica de frio será aumentada pela ação de ventos moderados.
A sequência de dias gelados poderá causar, direta ou indiretamente, a morte de pessoas em situação vulnerável e de moradores de rua, quer por hipotermia ou uso de aquecedores inadequados, fogareiros, pequenas fogueiras à base de algum combustível. Atenção especial com as pessoas idosas e crianças.
Neve
O ar frio intenso combinado à entrada de umidade prevista para o final da próxima semana, favorece a ocorrência de diversos tipos de precipitação invernal, inclusive queda de neve ! A chance de nevar prognosticada pelos modelos atmosféricos é muito maior agora do que nos eventos das ondas de frio de meados de julho e da virada de junho para julho.
A neve é esperada para os dias 28 e 29 de julho nas áreas de planalto e serra do Rio Grande do Sul, planalto sul, serra, planalto norte e meio-oeste de Santa Catarina, e no sul do Paraná.
Não se descarta completamente alguma precipitação de inverno no extremo sul gaúcho, região entre Pelotas, Bagé e o Chuí.
Geada
A geada volta a se formar nos estados do Sul, em São Paulo, em Mato Grosso do Sul, no Sul de Minas e também há condições para geada no Sul do Rio de janeiro e na região serrana fluminense
Porém, os estados da Região Sul devem experimentar novamente geada ampla e de forte intensidade, que certamente vão causar mais prejuízos para a agricultura.
Numa escala de alerta de geada, o risco é altíssimo os estados do Sul, inclusive de geada forte; risco alto no sul de Mato Grosso do Sul e no oeste e sul de São Paulo e na Mantiqueira; risco médio na região serrana do Rio de Janeiro e na Grande São Paulo.
Atenção: há indicação de reforço de ar frio para o início de agosto. É possível que a primeira semana deste mês ainda seja muito fria no Sul e no Sudeste, e com noites frias no Centro-Oeste, em função da entrada de mais ar polar. Se isto se confirmar, a chance de geada deve permanecer média a alta no Sudeste e no Sul do Brasil.