Uma área de 8.885 hectares, com grandes extensões de várzeas e fauna adaptada aos ciclos de seca e cheia, como é o caso do cervo-do-pantanal, acaba de se tornar Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
Localizada nos municípios de Castilho, São João do Pau D’Alho e Paulicéia, a RPPN Foz do Rio Aguapeí (também conhecido por Rio Feio) é de propriedade da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e foi reconhecida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, de acordo com resolução publicada no Diário Oficial dia 9 de dezembro.
Esse tipo de reserva tem a finalidade de conservar a diversidade biológica, protegendo os recursos hídricos, a fauna e a flora, além de preservar as belezas do local e permitir o desenvolvimento de pesquisas científicas.
A implantação da RPPN Foz do Rio Aguapeí é um compromisso assumido pela Cesp no licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica Três Irmãos, construída no Rio Tietê.
Trata-se de uma exigência estabelecida pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), que determina que esta RPPN deverá abranger uma área total de 12.820 hectares às margens do reservatório. A Cesp vai cumprir a determinação.
Por enquanto, a área reconhecida como RPPN já está cercada e um Plano de Manejo deverá ser elaborado, visando definir outras medidas de proteção.
Para a Fundação Florestal esse reconhecimento significa um grande aumento na quantidade de áreas protegidas no Estado sob a forma de RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Até novembro de 2010, o território paulista tinha pouco mais de 3.800 ha de área conservada em RPPN reconhecidas pelo Estado. Com o reconhecimento da área da Cesp, esse número salta para pouco mais de 12.800 ha.
De acordo com informações da Fundação Florestal, A RPPN Foz do Rio Aguapeí está inserida em um ambiente de várzea, onde a composição florística e faunística é muito particular, ou seja, existem espécies que só vivem nesse tipo de ambiente.
Atualmente é a única área no Estado de São Paulo onde ainda é possível encontrar o Cervo do Pantanal, espécie classificada como “Criticamente Em Perigo”, na lista de espécies da fauna paulista, ameaçadas de extinção. Ainda segundo a Fundação Florestal, trata-se da primeira RPPN reconhecida na microrregião de Dracena.
As mais próximas estão em Narandiba, a RPPN Mosquito, de 2.195,89 ha (a maior até então), e em Sandovalina localiza-se a RPPN Vista Bonita, com 1.069,10 ha. Ambas reconhecidas pela Fundação Florestal. (Com informações das Assessorias da Cesp e Fundação Florestal)
A Fundação Florestal tem a função de reconhecer RPPN, desde 2007. A reserva é uma categoria de Unidade de Conservação em área privada, na qual podem ser desenvolvidas atividades de ecoturismo, educação ambiental e pesquisa científica. A iniciativa para criação é ato voluntário do proprietário e não acarreta perda do direito de propriedade.