A Associação Apelos e Patas de Adamantina completa seis meses de atuação formal este mês, e os voluntários contam quais são as principais dificuldades do abrigo, que atualmente acolhe 40 cães entre adultos e filhotes.
Além da questão financeira, falta ainda, conscientização, colaboração e entendimento por parte da população no que diz respeito ao objetivo do abrigo, que é acolher os animais de rua.
De acordo com a presidente da Associação, Tatiane Dalbello, ao contrário disso, o que os voluntários mais tem feito é recolher filhotes abandonados pelos donos das crias. “Não podemos virar as costas pra esses filhotes, mas esta não é competência do abrigo. Os filhotes são de responsabilidade dos donos das crias. Existem muitos animais nas ruas e não podemos recolhê-los por que não há espaço no abrigo”, explicou Dalbello que enfatizou ainda, que a princípio, o grupo procurou manter menos de 30 cães por vez, mas hoje são acolhidos 40 animais.
Conforme Tatiane, o abandono de filhotes tem ocorrido com muita freqüência. Na maioria das vezes os cães são deixados na porta do abrigo. “Há poucos dias atendemos a uma denúncia de abandono de uma cadela prenha nas proximidades da linha do trem. A vizinhança ficou com dó, fez uma proteção com telha, levou comida e entrou em contato com a gente”, disse. Os filhotes nasceram, o que acarretará em gastos adicionais com vacinas, vermífugos e cálcio. Enquanto isso há uma fila de espera para acolhimento dos cães de rua.
Uma possível solução para este impasse, segundo a presidente, seria o poder público promover uma campanha de castração, com foco nos cães de famílias carentes, que é de onde vem a maioria dos casos de filhotes abandonados. Sendo assim, a Associação poderia se voltar ao principal objetivo, que é atender animais de ruas.
TRABALHO – Nesses seis meses a Associação atendeu 150 cachorros, entre animais de rua e os filhotes abandonados. As voluntárias, que hoje são 24 mulheres e 1 homem, contam que os animais chegam bastante debilitados e normalmente passam por tratamento, são vacinados e vermifugados e após duas semanas, liberados para adoção.
Do começo do ano até agora, 25% dos cães que passaram pelo abrigo, morreram pela gravidade em que chegaram.
A equipe não conta com serviço veterinário voluntário, portanto arca com todas as despesas necessárias, exceto quando conseguem descontos. O que mais demanda gastos são os medicamentos e a ração.
O que tem ajudado a Associação a se manter são as doações, a contribuição mensal dos sócios e as ações, como Bazar da Pechincha e Tenda do Doce.
REFORMA – A sede da Associação precisa passar por reformas. Esta é uma das metas da equipe, que busca adequar o espaço desde quando se mudaram para o local. No entanto, os gastos mensais com veterinários têm sido altos e inviabilizam os planos da Associação. Mesmo assim, já foram gastos R$ 5 mil em pequenas reformas.
Segundo Tatiane, com a Feijoada promovida no mês de julho foi possível quitar a dívida com o veterinário, que já estava alta, e também destinar parte para reforma do abrigo.
Além da ampliação e divisão das baias – que é onde ficam os cães – é necessário reformar a parte elétrica, encanamento para o esgoto, troca de telhados, entre outros reparos. Estima-se um gasto de aproximadamente R$ 10 mil.
Quem quiser colaborar com a Associação fazendo doações ou então contribuindo mensalmente como sócio, o telefone para contato é (18) 99716-9979.
AÇÕES – Como acontece todo mês, a Associação promove hoje, 9, a partir das 8 horas, mais uma edição do Bazar da Pechincha, para angariar fundos. Desta vez, a barraca estará no pátio do Supermercado Ravazi, na avenida da Saudade.