Um caso de agressão e tortura praticado por uma cuidadora contra idosa de 100 anos, moradora de Adamantina chocou a região essa semana, quando imagens da câmera de monitoramento da residência foram divulgadas. Familiares da idosa acompanharam como a mulher a tratava através das câmeras instaladas em vários cômodos da residência.
Alex Rodrigues, bisneto da vítima, conta que ela possui mal de Alzheimer e não consegue andar, e a família desconfia que a cuidadora tenha praticado a agressão durante oito meses. “Ela começou a aparecer com hematomas e a reclamar de dores e então começamos a desconfiar”, relatou.
As câmeras sempre existiram no imóvel, mas não eram verificadas, pois segundo Alex, a cuidadora era de confiança da família, porque tratava muito bem a idosa. “Ela tratava minha bisavó como mãe dela, era super dócil, demonstrava outra personalidade”, contou.
Após aparecer um grande hematoma na região da costela do corpo da idosa, a família decidiu verificar o que estava acontecendo. Ao constatar a agressão, a família denunciou o caso à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), em fevereiro desse ano.
O caso foi julgado e a ré Maria Francislene Miranda Sobral foi condenada a 20 anos de prisão, em regime fechado, em outubro. Ela recorreu da decisão essa semana e permanece em liberdade até que o recurso seja examinado pelo Supremo Tribunal Federal.
Nas imagens ela aparece empurrando a idosa e dando comida na boca dela de forma bastante agressiva. “Para alimentar minha bisavó, a mulher usava a mesma colher do cachorro e introduzia o talher de forma agressiva nos lábios dela. Ela desenvolveu um trauma de talheres. A boca dela estava cheia de hematomas. Quando nos aproximávamos dela com colher ela se recusava comer, até que ela se desnutriu e hoje só se alimenta através de sonda”, disse Alex.
Conforme relatou o bisneto, a família chorou muito quando viu as imagens. “Foram imagens fortes, não conseguíamos acabar de assistir. Foi algo chocante e nos deixou muito revoltados”.
Com o boletim de ocorrências em mãos, a família demitiu imediatamente a funcionária, que em um primeiro momento recuou e desmentiu qualquer mau trato.
Atualmente a idosa é acompanhada por uma enfermeira. “O conselho que dou a população é que jamais contrate pessoas para trabalhar em sua casa sem uma boa referência e sem averiguar o histórico”, finaliza.