Dez casas condenadas pela Defesa Civil na Vila Matilde começaram a ser demolidas hoje (9). As residências, que ficam em uma área de risco em uma encosta de morro no bairro da zona Leste de São Paulo, desabaram na tarde de ontem (8). Quarenta e cinco casas da encosta estão interditadas por haver risco de novos desabamentos. A informação é do subprefeito da Penha, Cássio Freire.
Onze caminhões auxiliam na retirada dos objetos das casas localizadas entre a Avenida Mendonça Drumond e a Rua Fernandes Portalegre. Segundo o subprefeito, a demolição é necessária para preservar as moradias que estão na parte de baixo do morro. “Estamos agora fazendo uma análise de tudo o que ocorreu para tomar novas decisões”.
O coronel Jair Paca de Lima, da Defesa Civil, ressaltou que a rapidez dos moradores foi essencial para evitar uma tragédia. Ao perceberem rachaduras, trincas, portas que não fechavam corretamente e barulhos na estrutura, os moradores conversaram e acionaram a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros às 9h da manhã de ontem (8).
A cabeleireira Débora Rodrigues, 29 anos, que residia com o marido e o filho em uma das casas que desmoronou, disse ter assistido a tudo. “A sensação é de vazio. Foram dez anos de luta e ver que não sobrou nada. Eu perdi documentos pessoais e muitas outras coisas que não deu tempo de tirar”.
Débora contou que há duas semanas percebeu que algo estava acontecendo com a estrutura da casa, entretanto não pensava que o problema fosse tão sério a ponto de culminar no deslizamento. Ela disse que espera providências da subprefeitura já que além de morar no local também trabalhava ali.
Erisvaldo Vieira Cerqueira, que tem 39 anos e trabalha como gesseiro, está na casa de amigos com seus três filhos, depois que sua casa desmoronou. Ele é morador do local há 14 anos. “Os problemas começaram a aparecer de um mês para cá. Comecei a ver rachaduras nos quartos e nas paredes coladas com os vizinhos. Aos poucos foi aumentando e ontem percebemos uma trepidação e estalos e foi quando vi um buraco maior e parte da parede da laje que já havia descido”.
