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Como parte da ação global Week of Action, o Instituto Sou da Paz promove nesta quinta (8) e sexta-feira (9) uma campanha para a entrega voluntária de armas. Participam da mobilização organizações que atuam em todo o mundo pela redução da violência armada. A ação ocorre em parceria com a Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Guarda Civil Metropolitana (GCM), de São Paulo.
Na capital paulista, são quatro postos de entrega específicos para a ação: zona sul (Vila Mariana e Santo Amaro), zona norte (Santana) e zona leste (Aricanduva Formosa). Fora do período da campanha será possível fazer a entrega nas 36 inspetorias da GCM. Para se deslocar com a arma, é preciso emitir uma guia de transporte no site do Ministério da Justiça.
De acordo com o instituto, cerca de 40 mil pessoas morrem todos os anos vítimas de arma de fogo. “A gente mata mais do que muitos países em guerra, apesar de a gente ter uma situação formalmente pacífica. Quando a gente olha nos dados de homicídio porque as pessoas estão se matando no Brasil, a gente percebe que tem muitas situações cotidianas”, disse Ivan Marques, diretor-executivo da entidade.
São Paulo é o estado com maior número de entrega no país. Segundo dados do Ministério da Justiça, de 2011 a 2016, a GCM recebeu 7.365 armas na capital paulista. O volume representa 17% das armas recolhidas no estado. “Se a Guarda Civil fosse um estado, seria o sétimo em número de armas recebidas. E nós sabemos que há uma relação direta: quanto maior o número de armas apreendidas menores são os números de homicídio”, disse José Roberto Rodrigues de Oliveira, secretário municipal de Segurança Urbana.
De acordo com o coordenador da campanha pela Guarda Civil, Paulo Sérgio Arjol, no ato da entrega é garantido o anonimato da pessoa. Nesse sentido, mesmo o armamento em situação irregular pode ser entregue. “Não precisa ter nenhum tipo de documento, não precisa ser proprietário, pode ser a possuidora, pode ter achado arma em qualquer lugar e ir lá e entregar normalmente, desde que vá lá com a guia [de transporte]”, explicou.
O diretor do Instituto Sou da Paz destaca que muitas das armas adquiridas legalmente terminam indo para o crime. “Rastreando essas armas, você consegue identificar que muitas delas são roubadas, furtadas ou perdidas por aquelas pessoas que de boa fé compraram essa arma e ela acaba ajudando a cometer crimes, roubos, assalto a banco”, disse. Na avaliação dele, o melhor é fortalecer a segurança pública para que as pessoas não sintam necessidade de se autoproteger.
*Com informações da repórter Priscila Kerche, da TV Brasil
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