Para boa parte da população brasileira o décimo terceiro salário pago em dezembro é uma oportunidade para se desafogar do aperto financeiro acumulado ao longo do ano. Mas também é período de gastos – seja com o Natal ou com as férias. Vem o ano novo e, com ele, novos gastos. E é geralmente à base de uma fração do que restou do décimo terceiro – e com financiamentos – que as famílias acabam se virando para dar conta do que é inevitável para quem tem filhos: os gastos com material escolar.
“Há diversas épocas do ano com gastos sazonais que precisam ser bem planejados”, alertou o educador e terapeuta financeiro Reinaldo Domingos, durante entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. “E depois [dos gastos com material escolar], vem a Páscoa, o Dia das Mães… E assim será o ano todo”, acrescentou.
O especialista em finanças apresentou, durante o programa, algumas sugestões para que os pais economizem na hora de comprar o material escolar dos filhos. “Uma boa pedida é que os pais façam, sempre que possível, a compra à vista”.
Mas ele ressalta: “Tem de se olhar para o cenário dos próximos 3 a 6 meses, para avaliar se não há um evento importante que vá necessitar desse dinheiro que está sendo gasto, o que levaria [a pessoa] a ter de usar o cheque especial, que cobra em torno de 10% ao mês”. Segundo ele, os descontos para pagamentos à vista podem variar entre 5% e 20%.
Outra dica apresentada por Domingos é a de conversar com os filhos, antes de sair para fazer as compras. “Procure fazer uma reunião familiar, principalmente com os filhos, para verificar o que existe de material que pode ser reaproveitado. Às vezes tem muita coisa que sobrou do ano anterior, e que a gente acaba não percebendo”, disse.
Ele dá exemplos: “Os cadernos em espiral utilizados pela metade podem ser desmontados, remontados e reutilizados. Depois, podem ser encapados. A criança vai gostar desse processo artesanal de reciclagem”. O reaproveitamento, afirma, pode ser estendido aos lápis, canetas, compassos e ao estojo.
Domingos explica que, ao reavaliar a lista de material, “de 20% a 40% do material pode ser aproveitado”. Há ainda a possibilidade de aproveitar o material utilizado pelo irmão mais velho ou mesmo de algum amigo da família.
“O maior investimento que podemos fazer é nos filhos. Logicamente a gente vai querer sempre dar o melhor, e aí pode se entrar em desequilíbrio financeiro. Entra no cheque especial, no cartão de crédito e então começa a não conseguir pagar a parcela total do cartão e a buscar dinheiro em financeiras ou com familiares. Em geral é isso gera o endividamento”, explicou o especialista.