As universidades públicas criaram 14.826 vagas presenciais entre 2007 e 2008, segundo levantamento divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) nesta sexta-feira (27) -um aumento de cerca de 11% entre um ano e outro. O crescimento se deu no âmbito dos programas de expansão das universidades federais, em vigor desde 2003.

O número de cursos de graduação também aumentou 7,7%, de 2.326 em 2007 para 2.506 em 2008. Houve expansão também no número de campi e de municípios atendidos em comparação com 2003: de 151 campi universitários e 114 cidades, o total passou para 255 campi e 235 municípios. Esses dados abrangem 53 universidades federais.

No total, devem ser investidos R$ 3,5 bilhões até 2012, com a criação de 3.647 cursos. Só um dos programas – o Reuni – pretende criar 227 mil vagas presenciais até 2012.

Brasil

O Censo da Educação Superior, divulgado nesta sexta-feira (20), mostra que metade das vagas oferecidas nos vestibulares em 2008 ficou ociosa – 98% delas em instituições privadas.

Uma das explicações para esse cenário é a falta de planejamento das instituições, principalmente as privadas, na opinião do consultor em ensino superior Carlos Monteiro.

“Observamos essa tendência [de alta no número de vagas ociosas] nos últimos cinco anos, que vem aumentando de maneira brutal, principalmente no ensino particular. Isso representa uma deficiência no seu posicionamento estratégico. São instituições que acreditam em um mito que não existe mais. Há 20 ou 30 anos era mais garantido o retorno.”

Segundo o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, não é nem possível saber se existe capacidade para todas as vagas pedidas pelas instituições. “São vagas autorizadas. Elas não necessariamente mostram a intencionalidade de ofertar essa vaga. Mas não significa que tem professor ocioso, nem aluno ocioso”, disse.