O vestibular da Unicamp vai mudar a partir do ano que vem. Na primeira fase, na redação, o candidato terá de escrever três textos, de qualquer tamanho, de acordo com as instruções da prova. Hoje, o vestibulando seleciona uma das três propostas (narrativa, dissertação ou carta) e prepara apenas um texto. A Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) assegura que o novo formato reforça a integração entre leitura e escrita, além de ampliar as possibilidades de avaliação, porque aumenta a confiabilidade da seleção. Além disso, como os gêneros dos textos a serem elaborados podem variar dentro de um grupo pré-determinado, evita-se o treinamento em apenas uma proposta de texto. Antes, o candidato praticava o ano todo apenas um tipo de escrita, carta, por exemplo, e o aplicava na prova.
A prova de questões da primeira fase também muda. O número de perguntas a serem respondidas pelo candidato passa de 12 questões dissertativas para 48 de múltipla escolha. As questões de múltipla escolha serão elaboradas com base no conteúdo de diversas áreas do conhecimento desenvolvidas no ensino médio, de acordo com a seguinte distribuição: 12 de Matemática; 18 de Ciências Humanas, Artes e Humanidades, sendo pelo menos seis de Geografia e seis de História, introduzindo-se Filosofia, Sociologia e Artes à medida que estas disciplinas forem incorporadas de forma plena aos currículos do ensino médio; e 18 questões de Ciências da Natureza, distribuídas igualmente entre Ciências Biológicas, Física e Química. A duração da prova da primeira fase passará de quatro para cinco horas.
Técnicos da Comvest justificam que, num exame mais abrangente, amplia-se o conteúdo avaliado, permitindo inclusive que questões nas diversas áreas apresentem variado grau de dificuldade. O maior número de perguntas (48 contra 12) e de textos elaborados para a Prova de Redação aumenta a precisão dos resultados da primeira fase.
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) continua a participar com 20% da nota da primeira fase e passa a ser de uso obrigatório a todo candidato do Vestibular Unicamp.
Na segunda fase, as provas serão agrupadas para melhorar a avaliação em todas as disciplinas. Serão aplicadas três provas de 24 questões dissertativas, realizadas durante três dias consecutivos, com quatro horas cada uma. Serão, sem seguir a ordem de dias, necessariamente: prova I (12 questões de Língua Portuguesa e de Literaturas da Língua Portuguesa e outras 12 de Matemática); prova II (18 questões de Ciências Humanas, Artes e Humanidades, com pelo menos oito de Geografia e oito de História, introduzindo-se Filosofia, Sociologia e Artes à medida que forem incorporadas ao currículo do ensino médio) e seis perguntas de Língua Inglesa; na prova III haverá 24 perguntas de Ciências da Natureza, distribuídas uniformemente entre Ciências Biológicas, Física e Química.
Mantêm-se inalterados os formatos das provas de aptidão, que passam a ser denominadas provas de habilidades específicas, tradicionalmente aplicadas após a segunda fase.
O sistema de provas prioritárias continua existindo, mas com alterações. As coordenações dos cursos determinarão até duas das provas (como hoje), incluindo a de habilidades específicas, como prioritárias. No caso de Língua Portuguesa e Literaturas da Língua Portuguesa, os pesos para compor a nota final podem ser 1, 2 ou 3. Nas demais provas, pesos 2, 3 ou 4.
Permanecem inalterados os critérios de aprovação para a segunda fase, o sistema de até duas opções e como se calculam as notas utilizadas na classificação para cada opção, alterando-se de forma apropriada os pesos das provas consideradas prioritárias (como citado acima). Não há alterações no sistema de classificação e convocação dos candidatos.