Mesmo com a promessa dos sindicatos de acirrar a greve na rede de ensino de São Paulo, muitas escolas funcionaram normalmente ontem. O Estado entrou em contato com cem colégios de todas as regiões da capital. Deles, 68 não foram atingidos pela paralisação e apenas 3 estavam completamente parados.
Em 16 das escolas procuradas, apesar de algumas adesões, os funcionários dizem que a falta dos grevistas não afetou a rotina. Em 13 havia turnos parados ou os alunos estavam sendo dispensados mais cedo pela falta de docentes. Em geral, os turnos noturnos são os mais afetados.
As paralisações parciais confundem os próprios funcionários e prejudicam o calendário dos alunos, que precisam ir à escola para não receber falta, mas terão de repor mais tarde as aulas dos professores em greve.
Esta é a terceira semana de greve da categoria, que pede reajuste salarial de 34%. A manutenção do movimento foi decidida na sexta-feira, em uma assembleia que bloqueou a Avenida Paulista. O ato foi organizado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp) em conjunto com outros órgãos, como o CPP, que representa docentes aposentados, e a Udemo, que reúne diretores.
Representantes dos sindicatos prometem ir hoje à Secretaria de Educação para tentar negociar. Uma nova assembleia está marcada para sexta-feira, desta vez em frente ao Palácio dos Bandeirantes. O secretário da Educação, Paulo Renato Souza, afirmou ontem que não sabia se receberia os sindicalistas. “Ainda não recebi nenhuma notícia nesse sentido e ninguém me pediu nada.”