A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2008 constatou que a taxa de escolarização cresceu de 97% em 2007 para 97,5% em 2008 entre alunos de 6 a 14 anos, e de 82,1% para 84,1% na faixa de 15 a 17, repetindo uma tendência de avanço da escolaridade entre os mais jovens, mas que, na pesquisa, se apresenta em um cenário contraditório. Em números absolutos, caiu a quantidade de estudantes na faixa mais jovem, de 30,227 milhões para 29,7 milhões.

O aumento na proporção de matriculados com queda no número absoluto se explica, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo envelhecimento da população. Apesar do crescimento proporcional, no ano passado 762 mil jovens dessa faixa não estavam na escola. No ano anterior, eram 930 mil. No grupo etário seguinte, houve crescimento até nominal: de 8,358 milhões de jovens, foi-se para 8,655 milhões, mais 297 mil, na idade do Ensino Médio.

Também houve aumento na taxa de escolarização das crianças de 4 e 5 anos, de 70,1% em 2007 para 72,8% em 2008. Em números absolutos, mais 73 mil crianças desse grupo etário entraram na escola no período, indo de 4,124 milhões para 4, 197 milhões de estudantes. Nas demais faixas etárias, houve queda: de 30,9% (7,3 milhões) para 30,5% (7, 082 milhões) de 18 a 24 anos, e de 5,5% para 5,3% (5,83 milhões para 5,771 milhões) para 25 anos ou mais. Para técnicos do IBGE, porém, o recuo nessas faixas não é negativo: os brasileiros estariam passando a frequentar a escola nas faixas etárias “corretas”, com a redução na defasagem idade-série.

O processo explicaria o crescimento da proporção de matrículas de mais jovens – que permaneceriam mais tempo no ensino – e redução na proporção de alunos mais velhos (já que menos estudantes entrariam nas faculdades depois do “tempo” correto).