A consolidação do Campus Experimental da Unesp em Dracena, que teve seu maior momento na posse da primeira diretoria eleita em março desse ano e que foi empossada pelo reitor da instituição, deverá começar a passar por um novo momento nos próximos meses.

O projeto aprovado pela Câmara Municipal, no último dia 31 de agosto, que cede o uso da área onde a universidade está instalada para a “Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho”, permitirá que a partir de agora a direção da universidade passe a fazer maiores investimentos em recursos físicos e humanos no campus de Dracena, possibilitando assim a abertura de novos cursos na cidade, tanto na graduação quanto na pós-graduação.

Na manhã de ontem, o diretor do campus local, Mário De Beni Arrigoni e o vice-diretor Paulo Alexandre Monteiro de Figueiredo receberam representantes da imprensa local, para apresentarem as conquistas do campus dracenense e os projetos de ampliação, que em breve deverão ser definidos e mostrados à sociedade dracenense.

ECONOMIA – Os diretores ressaltaram a importância da aprovação do projeto pela Câmara e apresentaram alguns dados relacionados à movimentação que a instalação do campus trouxe à cidade. Mário Arrigoni falou sobre a verba destinada ao pagamento de salários, a realização de obras, a compra de equipamentos e ao custeio do campus, que permanecem quase que em sua totalidade no município trazendo um giro financeiro maior à cidade. Além disso, o diretor apresentou alguns números obtidos em pesquisa realizada por um professor da Unesp de Araçatuba que demonstram o volume financeiro movimentado em torno da operação do curso de Zootecnia, em Dracena.

Segundo os dados, 92% dos estudantes matriculados têm um gasto mensal, apenas com moradia, de R$ 162 per capita, morando em residências com uma média de quatro pessoas. O que já pode ser considerado uma boa quantia de dinheiro movimentado na cidade. Além disso, segundo os números da pesquisa, em 2007, os estudantes, professores e colaboradores do campus de Dracena trouxeram à cidade cerca de R$ 1,5 milhão, aproximadamente 50% do valor recebido pela cidade referente ao pagamento do IPVA no ano.

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – Além do capital financeiro movimentado pela universidade, o destaque dos diretores foi para os projetos desenvolvidos pelo campus junto à população como o cursinho pré-vestibular, gratuito, que a Unesp oferece a 60 jovens da região; os cursos da Unati – Universidade Aberta a Terceira Idade, que formará a sua segunda turma esse ano; o atendimento aos produtores rurais da região; as palestras oferecidas pelo curso de Zootecnia; a empresa júnior montada na universidade; o trabalho desenvolvido junto à Casa dos Velhos e à Casa do Menor e o projeto Ciência na Unesp.

Mário Arrigoni destacou ainda que a transferência do uso do terreno para a universidade quando terminada deverá totalizar cerca de 19 alqueires, área capaz de comportar diversas atividades e novos cursos. O diretor ressaltou a parceria entre a Prefeitura e a universidade, que foi o que proporcionou inicialmente a instalação do curso e que agora irá proporcionar o crescimento do campus.

INVESTIMENTOS – Os projetos para a instalação de um novo curso e de uma especialização estão sendo elaborados e deverão ser apresentados no próximo ano, porém segundo os diretores, o novo curso deverá ser ligado a área de bioenergia e deverá abordar aspectos da cadeia produtiva da cana-de-açúcar e da sua transformação em biocombustível e em outros produtos.

Um dos principais destaques durante a fala dos professores Mário Arrigoni e Paulo Figueiredo foi com relação ao novo status que o campus terá, já que agora a unidade de Dracena irá fazer parte do planejamento financeiro da universidade, passando a receber parte da verba que o Governo do Estado destina às universidades estaduais. Segundo o planejamento que deverá ser apresentado à reitoria, o campus dracenense reivindicará verba de cerca de R$ 3 milhões por ano, para custeio e investimento. Esse valor deverá ser aprovado pela instituição e poderá variar também de acordo com a arrecadação anual do estado.

Segundo o planejamento da direção, as próximas obras reivindicadas serão a construção de um prédio administrativo, um prédio para uso dos professores e um centro de convivência aos alunos. Essas novas instalações deverão liberar os prédios já construídos para utilização como salas de aula, aumentando assim a capacidade da universidade.
Ainda com relação a novos cursos, Mário Arrigoni ressaltou a necessidade da universidade oferecer 30% de suas vagas no período noturno, portanto será necessária a criação de um curso que possa ser ministrado à noite.

QUALIDADE DOS CURSOS – Com relação a procedência dos estudantes, que por vezes é criticada pela pouca representatividade da região, os professores ressaltaram que em 2009, quatro alunos do cursinho oferecido pela Unesp foram aprovados no vestibular em Dracena. Os professores afirmaram também que o vestibular é aberto à população de todo o Brasil, e que por isso, a quantidade de representantes da região é muito boa, se comparada com outras universidades públicas.

O fato de estudantes de outros estados frequentarem a universidade e morarem em Dracena, colabora também para o crescimento e desenvolvimento da cidade e da região e para que a qualidade do ensino oferecido na Unesp de Dracena seja reconhecida em todo o Brasil.

O último ponto destacado pelos diretores foi com relação ao apoio recebido da cidade e ao acolhimento que professores, funcionários e estudantes vêm recebendo da população dracenense, que segundo Mário Arrigoni e Paulo Figueiredo vem fazendo com que o campus prospere e ofereça um ensino de alto nível. Segundo dados do Enade, em 2007, o curso de Zootecnia da Unesp de Dracena ficou entre os sete melhores cursos do País. É por isso que a direção do campus de Dracena espera que nos próximos anos a universidade receba novos cursos, atraia novos investimentos e novos estudantes para a região, colaborando para o desenvolvimento do extremo Oeste Paulista.