As famílias brasileiras gastam, em média, R$ 11 por ano com livros não didáticos. O valor é bem menor do que a despesa com revistas (R$ 42) e jornais (R$ 17). Na verdade, ao comparar com outros tipos de lazer, os materiais de leitura ficam em último na lista de prioridades.
A preferência disparada é por itens eletrônicos, como TV, computador e CDs. Os gastos nessa área alcançam R$ 400 por ano. Em seguida, aparecem as despesas com telefonia celular (R$ 180 por ano), seguidas pelos passeios fora de casa (R$ 125). O gasto anual com livros, revistas, jornais e dicionários é de R$ 110.
Os dados fazem parte de uma pesquisa divulgada na terça-feira (8). Encomendado por oito entidades ligadas ao mercado editorial, o estudo se baseia nos números da Pesquisa de Orçamentos Familiares, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2002 e 2003, a última mais recente. Foi avaliada uma amostragem de cerca de 50 mil domicílios do país.
Nível de renda
A pesquisa aponta ainda que o nível de renda tem influência na escolha pela leitura. “Quanto maior a renda das pessoas, maior é o gasto percentual com material de leitura”, avalia Eduardo Mendes, diretor-executivo da Câmara Brasileira do Livro (CBL).
No caso das famílias com renda de até dois salários mínimos, 18,66% compram material de leitura. Entre aquelas que ganham de cinco a dez salários mínimos, esse percentual sobe para 45,56%. Ao comparar com famílias que recebem 15 salários mínimos, o índice alcança 71,24%.
Mendes ressalva que, desde a época em que os dados foram coletados (2002 e 2003), ocorreram mudanças importantes em relação ao número de pessoas com celular e computador.
“Os dados de que dispomos já são meio antigos. Estamos aguardando a nova Pesquisa de Orçamentos Familiares, do período de 2008 e 2009, para fazermos uma nova análise e podermos começar uma série histórica.”