Há uma semana, 67 produtores de acerola, ligados à Associação Agrícola de Junqueirópolis, receberam o certificado Global-Gap, o mais importante selo de qualidade, mundialmente reconhecido, direcionado ao comércio europeu.

O trabalho iniciado há anos começa a colher seus doces e ricos frutos, afirma o presidente da associação, Osvaldo Dias, que está à frente da entidade desde 1993. As boas práticas agrícolas, o respeito ao meio ambiente e a consciência do produtor de que ele faz toda a diferença na cadeia produtiva trouxe a certificação que significa muito mais que conquistas de novos mercados.

Cheio de otimismo, e não é para menos, o líder Osvaldo Dias ressalta que pela primeira vez na história da associação, ela própria faz um contrato de compra e venda de acerola, com valor representativo. “Estamos comercializando próximo de mil toneladas de acerola, com um grupo mexicano que tem sede empresarial em São Paulo, isso representa cerca de 30% da produção da Associação Agrícola”.

Osvaldo Dias também cita como uma grande conquista da associação, após a certificação, que a maior empresa compradora de acerola do País – Niagro-Nichirei do Brasil Agrícola Ltda., subsidiária do Grupo Nichirei Corporation do Japão (www.nichirei.co.jp), fundada em Petrolina (PE), em 1991 – interessou-se muito pelo trabalho desenvolvido em Junqueirópolis.

“No dia da entrega da certificação (último dia 9), eles visitaram pela manhã, lavouras de acerola e à tarde participaram da solenidade que nos premiou com o selo”. Osvaldo Dias frisou que a reação do grupo foi incrível, porque o certificado é o primeiro do Brasil, cujo registro é de número 001.

Outra empresa que visitou a cidade, durante a Aceruva, foi uma instalada em Bento Gonçalves (RS), segundo Osvaldo Dias, é a maior da América Latina, especializada no ramo de suco de uva, e que está ingressando no mercado de acerola. “A certificação nos garante que o nosso produto terá uma preferência muito grande em relação a outros na questão da exportação”.

CRISE MUNDIAL – Ele afirma que os problemas econômicos do início e finalzinho do ano passado, afetaram diretamente a cultura da acerola, segurando as exportações, mas agora com o selo, certamente, no mínimo, o produto se comparado a outro terá prioridades à frente no momento da venda.

A associação espera colher 3.500 toneladas de acerola na safra 2009/2010, iniciada em setembro e que deve ser concluída no mês de maio. “A colheita deste ano foi antecipada em 30 dias, geralmente começa no final de outubro, mas como esse ano foi atípico, choveu muito e em meses que normalmente são de período de estiagem”. O líder agrícola contou que a produção desta safra diminuiu em cerca de 40%, em razão da grande quantidade de chuvas.

A área de plantio de acerola que pertence a Associação Agrícola é de 167 hectares, representa 50% da produção de toda a região. Osvaldo Dias faz um alerta a outras cidades da Nova Alta Paulista. “Junqueirópolis saiu na frente, mas isso não significa que os municípios vizinhos não podem avançar na cultura como nós, e se isso ocorrer, nossa região atingirá um desenvolvimento econômico positivo muito intenso, pois a região tem condições de produzir sete mil toneladas de acerola”. Ele conclui: “através dos produtores tradicionais conseguimos alcançar excelentes resultados, a diferença está nas mãos das lideranças, temos condições de avançar ainda mais, e os líderes políticos devem estar sempre atentos para não deixar que as oportunidades fujam de nossas mãos”.