A discussão sobre as possibilidades e desafios dos veículos elétricos reuniu fabricantes e empresas distribuidoras e geradoras de energia durante o 1º Workshop de Tecnologia de Veículos Elétricos, que ocorreu de 9 a 11 de novembro no Espaço Cultural Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), em Campinas, interior de São Paulo.

Um dos destaques do evento são os veículos de duas rodas, que já marcam presença nos pátios das empresas servindo a usuários que percorrem pequenas distâncias e grupos de prestadores de serviços que precisam de agilidade com baixo custo.

Um desses veículos é a scooter elétrica Motor Z, que custa cerca de R$ 6,8 mil e pode ser carregada em tomadas comuns de 100 a 220 V. A motocicleta tem potência de 1 mil W e autonomia de 70 km. Equipada com baterias de polímero de lítio chinesas, o modelo já é utilizado para o serviço de patrulhamento da Guarda Civil Metropolitana de Volta Redonda (RJ).

Outra atração do evento são unidades do Palio Weekend elétrico, que são usados na área interna da CPFL em Campinas. Os veículos foram produzidos pela Fiat em Betim (MG) e são fruto de uma parceria com a hidrelétrica Itaipu Binacional. O modelo, que é feito com componentes importados da Suíça, é utilizado também por outras empresas do ramo de energia, como Ampla, Copel, KWA, Eletrobrás e Cemig.

Segundo Paulo Cezar Coelho Tavares, diretor e vice-presidente de gestão e energia da CPFL, a entrada de novos parceiros no projeto do Palio Weekend elétrico provocou uma queda nos custos de produção, que hoje giram em torno de R$ 145 mil por unidade. A estimativa para 2010 é que sejam produzidos mais 50 exemplares do carro, que ainda não tem previsão para ser fabricado em larga escala.

Pietro Erber, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), afirma que a bateria ainda é o componente mais carro dos veículos elétricos. Segundo ele, é necessário avançar nas pesquisas para que haja um barateamento das peças.

Outra questão, diz Erber, é a alíquota de 25% de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre os veículos elétricos, contra os 12% ou 7% taxados para os convencionais a gasolina e modelo 1.0 respectivamente. “Ainda não há uma legislação sobre o assunto”, afirma.

Além do Palio elétrico e da scooter, o evento em Campinas também conta com um exemplar do ônibus movido a hidrogênio, operado pela Metra na região metropolitana da capital paulista; uma unidade do Projeto Aris (CPFL) que transporta até 350 kg de carga, e um caminhão elétrico da Iveco desenvolvido em parceria com Itaipu Binacional, que tem autonomia de 100 km.