O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira, 10, que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve registrar crescimento entre 8% e 10% no terceiro trimestre de 2009 em relação a igual período de 2008. O desempenho é superior à taxa de expansão observada no segundo trimestre, de 7,8%. Projeções de várias consultorias independentes já indicavam que a economia brasileira havia crescido em ritmo chinês. O número oficial do desempenho do PIB no periodo, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será conhecido apenas em 10 de dezembro.

Com esse resultado, Mantega afirma que o PIB já está crescendo a uma taxa anualizada entre 4% e 5% ao ano, confirmando o dinamismo da economia, mesmo durante o período da crise internacional. Para 2009, Mantega reafirmou a previsão de crescimento de 1%, uma taxa ainda baixa mas, como enfatizou o ministro, positiva.

“A economia brasileira foi uma das últimas a entrar na crise e o País é um dos primeiros a sair. O Brasil entrou forte na crise, porque tinha uma economia que estava crescendo com dinamismo”, afirmou Mantega, lembrando que o País teve apenas dois trimestres de PIB negativo.

Para o quartro trimestre, no entanto, a perspectiva das consultorias independentes é de arrefecimento do crescimento para uma taxa anualizada em torno de 6%. “A taxa marginal de crescimento de 2,1% do PIB do terceiro trimestre que, anualizada, corresponde a 8,7%, não deve se repetir no quarto trimestre”, prevê o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges.

No terceiro trimestre, diz Borges, a produção foi fortemente acelerada para recompor os estoques que eram, em alguns setores, insuficientes para atender à demanda. “Houve problemas de abastecimento nos eletrodomésticos da linha branca e nos carros, ambos setores que tiveram corte de impostos para incentivar as vendas”, lembra.

Maurício Molon, economista-chefe do Banco Santander, acrescenta outro fator que está contribuindo para diminuir o ritmo de crescimento do PIB neste trimestre: o aumento das importações, favorecidas pelo dólar baixo. “O setor externo vai roubar o crescimento da economia.”