Em março do ano passado, os vereadores da Câmara Municipal de Irapuru instituíram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar eventuais irregularidades na aplicação de recursos financeiros nas obras de construção, ampliação e reforma do prédio da delegacia de polícia do município. A obra foi orçada em R$ 160 mil, sendo vencedora da licitação a empresa RGM Empreendimento Imobiliário Ltda.

A iniciativa dos vereadores partiu de notícia veiculada no jornal ‘A Voz’, em que o delegado titular afirmava que os serviços de reforma na delegacia não correspondiam aos termos contratuais, assim como o material utilizado. Além disso, segundo a notícia publicada, o delegado não aceitaria a obra e solicitaria perícia de engenheiros do Estado.

Na conclusão dos trabalhos, o presidente da CPI Hugo Cézare de Freitas, [que esteve recentemente na sede do Jornal Regional] informou que conforme laudo pericial encaminhado à CPI ficou comprovado que a obra foi orçada com aproximadamente 30% superior ao valor real de mercado e os serviços de colocação de forro, piso e pintura não apresentavam acabamento esmerado.

Ele também destacou irregularidades nas assinaturas de cheques emitidos da conta aberta para recebimento dos recursos do convênio, repassados pelo Governo Estadual através da Secretaria de Segurança Pública ao município de Irapuru. Hugo ainda disse que durante as investigações, houve uma manobra para retardar o processo, com apresentação de documentos falsos por vereadores informando a suspensão da CPI.

O presidente da CPI afirmou que o relatório final foi encaminhado ao Ministério Público e também ao presidente do Legislativo de Irapuru, Milton Idie, para as providências necessárias.

O promotor Rui Fernando Aneli Bodini, da comarca de Pacaembu, que cuida do caso, informou que foi instaurado inquérito civil e os acusados estão sendo notificados a prestar esclarecimentos. Milton Idie informou que analisará o relatório e as recomendações para ver qual procedimento tomar com relação ao Executivo.

A reportagem entrou em contato com o Executivo, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.